O número de alunos deslocados devido ao terrorismo em Cabo Delgado está a pressionar as escolas onde foram recebidos. Os ataques terroristas destruíram mais de 100 escolas, afectando mais de dois mil alunos.
Os mais de dois mil alunos afectados pelo terrorismo em Cabo Delgado, não só viram as suas escolas destruídas, como também ficaram sem abrigo, de acordo com os dados avançados pela ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, esta quinta-feira.
“As crianças afectadas ficaram sem as salas de aula, mas também perderam todo o seu material escolar. Perderam cadernos, livros, lápis e ficaram sem a possibilidade de poder usufruir do direito de aprender”, referiu.
Na sua maioria, as crianças foram alocadas noutras escolas em zonas seguras, o que aumenta a pressão naqueles locais, pois houve necessidade de criar condições para acolher mais alunos.
A situação sempre constituiu grande preocupação para o sector da educação. Junto dos parceiros, sempre buscou apoio para as crianças, em particular a China, que é um dos países que mais rápido respondeu ao “pedido de socorro”.
Por isso, esta quinta-feira, a Embaixada da China e a Câmara de Comércio Moçambique–China doaram materiais escolares, destinados aos alunos do ensino primário, vítimas das atrocidades dos terroristas.
“Recebemos e já enviámos à província de Cabo Delgado os materiais que nos disponibilizaram com antecedência, o correspondente a 200 carteiras, 400 pastas escolares, materiais como lápis, afiadores, borrachas e formal e, simbolicamente, vemos hoje esta entrega e garantimos que trataremos, imediatamente, de encaminhar aos beneficiários”, disse.
Segundo a ministra da Educação e Desenvolvimento Humano, os equipamentos foram encaminhados através do Porto de Nacala. Namashulua agradeceu o gesto e pediu mais apoio na reconstrução. O pedido foi acolhido pelo embaixador da República Popular da China em Moçambique, Wang Hejun.
“A parte chinesa vai continuar a apoiar os esforços do Governo moçambicano, para promover o desenvolvimento do país. Quero encorajar as empresas chinesas e integrar as suas metas de desenvolvimento em Moçambique, para trazer mais mudanças e desenvolvimento”, afirmou.
Segundo dados do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano, das 1006 escolas existentes na província de Cabo Delgado, apenas 806 estão em funcionamento, 99 encerradas e 101 foram destruídas na sequência de ataques terroristas.