Na província de Cabo Delgado, há mais de 1.600 professores afectados pelo terrorismo que estão deslocados das suas comunidades e ou áreas onde estavam afectos. A Organização Nacional dos Professores (ONP) aponta a falta de meios para exercer a profissão no contexto da pandemia da COVID-19.
Os professores dirigiram-se, esta terça-feira, à Praça dos Heróis Moçambicanos, na Cidade de Maputo, para depositar uma coroa de flores por ocasião de 12 de Outubro, dia da classe.
Na ocasião, a ministra da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH), Carmelita Namashulua, disse que os professores afectados pelo terrorismo em algumas zonas da província de Cabo Delgado voltarão a leccionar, assim que os estabelecimentos de ensino estiverem reabilitados e houver segurança.
“Voltando à normalidade, as nossas escolas serão reabilitadas, voltaremos a leccionar nas nossas escolas, as nossas crianças voltarão às escolas de origem e, a partir daí, estarão acompanhados dos seus respectivos professores. Neste momento, temos mais de 1600 professores afectados que estão na situação de deslocados nos distritos de Metuge, Montepuez, Ancuabe, Chiure, Pemba. Outrossim, temos alunos deslocados e professores que se deslocaram para fora da sua província”.
Namashulua garantiu ter certeza de não haver professores de Cabo Delgado que não tenham sido acolhidos noutros outros locais para continuarem a trabalhar e a receberem os seus ordenados.
A classe dos professores aproveitou o dia 12 de Outubro para lamentar a morosidade na oficialização do respectivo sindicato e a não profissionalização da carreira docente. Devido à pandemia da COVID-19, as dificuldades no sector do ensino aumentaram, como fez saber Teodoro Muidumbe, secretário-geral da ONP.
“Agora, por causa da pandemia da COVID-19, a nossa saúde não está boa, receamos ir trabalhar e não temos certeza se os nossos conhecimentos estão a ser assimilados, porque não temos meios adequados para aulas virtuais e o professor e o aluno estão distantes um do outro.”
Relativamente às promoções e progressões de carreiras, a titular da pasta de Educação e Desenvolvimento Humano disse que, desde 2018, o processo é tratado na Função Pública e os professores confirmam que estão a ser abrangidos.