O terrorismo e calamidades naturais fizeram dois milhões e 500 mil deslocados no país, de acordo com dados avançados hoje pelo Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD).
A Cidade de Maputo acolheu, hoje, um encontro em que se discutiram desafios e oportunidades sobre questões de habitação, terra e propriedade no contexto de deslocamentos devido ao terrorismo e a calamidades naturais.
O país procura melhorar a articulação com vários organismos nacionais e internacionais para prestar assistência aos deslocados registados.
O vice-presidente do INGD, Belém Monteiro, referiu que há esforços em curso de modo a prover recursos aos deslocados internos.
“Estamos a falar, concretamente, de um milhão e 200 mil pessoas deslocadas só de conflitos. Em relação às pessoas deslocadas vítimas das calamidades naturais, estamos a falar de um milhão e 300 mil pessoas. Portanto, estamos nesta situação, em termos de números concretos. Depois, cada uma destas situações tem o seu acompanhamento.”
Em Moçambique, INGD e parceiros pretendem implementar um projecto de gestão de deslocados internos nos próximos quatro anos. O projecto está orçado em 3,5 milhões de euros, o que corresponde a cerca de 241,5 milhões de Meticais.
“O que se pode garantir é que as instituições envolvidas estão a envidar esforços para o desembolso dos fundos, mas os fundos para a implementação das actividades deste ano até meados do próximo estão cobertos.”
O Conselho Norueguês para os Refugiados, parceiro do INGD, considera que o país está avançado na adopção de leis, havendo necessidade de melhorar a articulação entre os vários actores que lidam com a matéria de deslocados internos.
“Esta conferência, este trabalho que estamos aqui a fazer, é mais para definir quais são os quadros legais em que apoiamos deslocados que têm quase sempre problemas com a habitação e propriedade. Não está definido como podemos apoiar”, explicou Ulrika Blom, directora nacional do órgão.
O evento reuniu ministérios, instituições relevantes do Governo de Moçambique, bem como doadores internacionais.