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Terminais de transporte “já tinham esquecido a existência da COVID-19”

A partir deste sábado passa a ser obrigatório a desinfecção dos terminais de transporte público, entretanto, nalguns terminais da cidade de Maputo as medidas de prevenção da pandemia viral já não são cumpridas.

Os terminais de transporte público foram descritos pelo Presidente da República, Filipe Nyusi, como um dos locais de propagação da COVID-19. Nyusi disse que nesses locais a situação é caótica e é preciso haver mudanças.

No terminal do Zimpeto, parece que as pessoas já aprenderam a necessidade do uso da máscara, todos ou quase todos utentes tinham a máscara devidamente colocada.

Entretanto, naquele local não existem pontos de lavagem ou desinfecção das mãos.

“Todos os dias estou aqui neste terminal, nunca vi um sítio para lavar as mãos e nos chapas não dão álcool. Quando a pandemia começou vinham aquelas pessoas e desinfectavam o chão e as rodas dos carros, mas há muito tempo que não vejo aqui”, contou Regina Micas, que procurava por transporte naquele local.

José Luís, transportador, confirmou que a desinfecção do terminal já não é feita, há muito tempo, e confessou que os passageiros, que entram no seu carro, também não passam pela desinfecção das mãos, porque no seu entender, os custos para o álcool em gel são elevados.

Sobre o controlo da lotação dos transportes, os passageiros até estão de acordo, mas estão sépticos em relação a efectivação por conta da falta de transportes.

“Não há transporte, não há nada aqui, como é que querem controlar a lotação?”, questionou Marisa Langa, acrescentando que  “ficamos muito tempo aqui parados a espera de transporte, por exemplo agora, está cheio e ,não conseguimos nem manter um metro e meio de distância. Estamos apertados e vamos apanhar o Coronavírus aqui mesmo nesta bicha”.

Já no terminal da Praça dos Combatentes, o único ponto de lavagem das mãos mal funciona, aliás tem outra função, está a virar depósito de lixo.

João Patia, que vai sempre naquele local a procura de transporte, disse que o ponto de desinfecção só funcionou nos primeiros meses após a sua instalação.

A desinfecção do terminal parece ter ficado para história. Mas o que inquieta os transportadores é a lotação dos transportes, pois continua o sentimento de injustiça.

“Querem controlar a lotação dos carros, não há problemas porque nós chapeiros dos mini-bus cumprimos com o que pedem, mas os autocarros andam muito cheios, não faz sentido que não controlem a lotação lá também”, apelou Victor Machava, transportador.

Na sua comunicação à Nação, Filipe Nyusi disse que cabe ao Ministério dos Transportes e aos municípios definir a lotação e controlar os diferentes meios de transporte, assim como controlar a desinfecção nos terminais.

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