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Teodomiro Ângelo passa com “distinção” na AG dos CFM

Fotos: CFM

É um facto: os resultados desportivos têm, e como, grande peso na abordagem dos sócios às assembleias-gerais dos clubes. Quando os mesmos não acontecem, há sempre questionamentos sobre os motivos da “seca” assim como exigência de melhorias do quadro competitivo em várias modalidades. É sempre assim em qualquer parte do mundo. Foi assim no Ferroviário de Maputo. Mas, regra-geral, tudo acabou por ficar em pratos limpos.

E, na sequência da magna reunião, as contas do Clube Ferroviário de Maputo (CFM) relativas ao exercício financeiro de 2019/20 foram aprovadas em assembleia-geral por unanimidade e aclamação. Com praticamente um ano de atraso, devido às restrições impostas pela pandemia da COVID-19, a reunião magna do clube verde-e-branco teve ainda o condão de aprovar o plano de actividades para o próximo ano: 2022.

Coerente e ciente de que dar o passo para se voltar a ter glória no futebol e basquetebol, o presidente do Ferroviário de Maputo, Teodomiro Ângelo, disse que há todo um trabalho que a actual direcção está a fazer para colocar a máquina nos carris.

Ou seja, está a organizar a casa para que os resultados desportivos sejam contínuos e sustentáveis.

O dirigente assegurou ainda que o CFM já definiu as linhas de acção para a próxima temporada, sendo que o futebol, principal modalidade, a ficar com 38% do orçamento do histórico clube que este ano completou 97 anos de existência.

“Nós não obtivemos resultados animadores na época passada, principalmente no futebol e basquetebol. Estamos habituados a ganhar, mas para ganharmos é preciso que nos organizemos”, realçou Teodomiro Ângelo.

O homem forte do Clube Ferroviário de Maputo destacou, sem receio de confrontações e defensor da pluralidade de ideias, que a Assembleia-geral do clube, no geral, foi benéfica para o clube e para os que fazem deste uma referência no desporto moçambicano.

“Este reencontro foi bom. Planificámos as actividades para 2022 e espero que este ano seja de glórias e, acima de tudo, marcante. Esta assembleia foi boa para melhorarmos a comunicação. Houve contribuições por parte dos sócios e houve também reflexões profundas daquilo que se deve fazer, sobretudo, do âmbito desportivo, que visam tornar a nossa actividade desportiva sustentável”.

Com uma visão de futuro, e olhando claramente para a realidade dos clubes no planeta que olham para o desporto como uma indústria, o presidente do Clube Ferroviário de Maputo desafiou: “A nossa área comercial deve tornar o clube Ferroviário uma indústria. No âmbito organizacional, nós estamos a caminhar para o nosso centenário seguindo o lema de estarmos de portas abertas para a sociedade. Isso significa que devemos continuar eclécticos. Devemos, nas nossas acções, optar pela excelência e qualidade. Portanto, eu penso que está relançado o trabalho no clube”.

Em 2022, o futebol continuará a ter o maior bolo. Há, de resto, um incremento no orçamento sendo que passa a consumir 38% do orçamento. “Nós quisemos mostrar como é que vamos fazer a partilha de recursos por modalidade. Os 38 por cento é a maior parcela para a modalidade dada a importância que o futebol tem no clube e na sociedade. Portanto, quisemos dar estes números após longas discussões sobre qual caminho deve ser tomado para sermos excelentes”.

Por sua vez, o presidente da mesa de assembleia-geral, Carlos Bambo, enalteceu a atitude dos sócios que deram contribuições significantes e votaram a favor da aprovação dos documentos apresentados na magna reunião. “Esta aclamação representa a valorização do trabalho que esta direcção está a fazer. É a confiança que os sócios têm com o trabalho e o futuro que se prevê alcançar. O mais importante é que ouvimos os sócios. A interiorização da responsabilidade e execução do trabalho, não é só para a direcção, mas sim de todos”.

Já a antiga glória do Ferroviário de Maputo, Amir Gafur, destacou o ambiente em que decorreu a assembleia-geral desta colectividade. “O Clube está a crescer. Nos últimos anos, passou por fases muito conturbadas, mas começa a ter uma coesão e um sentido que, efectivamente, dá uma perspectiva no futuro. Dentro de alguns anos, quando atingirmos o nosso centenário, estaremos como outro clube. Um clube mais forte, mais robusto, com mais organização”, notou.

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