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“Temos que trabalhar para corrigir os erros do passado”

Desprovido de atletas-chave, mas nem por isso resignado, Leonel Manhique, seleccionador nacional de basquetebol feminino sub-18, coloca o pé no acelerador com meta na conquista da medalha de ouro no Campeonato Africano da categoria, prova a ter lugar de 29 de Julho a 5 de Agosto, em Maputo.

Sem Chanaya Pinto, craque que foi vice-campeã em Portugal pelo Quinta dos Lombos, e Noémia Massingue, medalha de ouro nos Jogos da CPLP em 2016 e actualmente a jogar nos EUA, as opções em jogadoras experimentadas e com outro traquejo competitivo, ficam limitadas.

Às limitações, acrescem-se incertezas. Carla Budane, jogadora do Algés de Portugal e que ano passado foi MVP no campo de treinos da NBA, e Ester Gomes, melhor jogadora do campo, estão a recuperar de lesões. Budane foi operada, recentemente, no dedo e está em fase de recuperação. Ester Gomes regressou do campo de treinos da NBA, no Senegal, tocada.

Preocupações à parte. Há, agora e até ao dia da competição, que encontrar soluções no grupo de trabalho que trabalha arduamente nas unidades de treinos realizadas no pavilhão do Desportivo. Recuperação de força e aspectos tácticos são, para já, a palavra de ordem.

Há consciência das limitações, mas há uma vontade férrea de contraria-las e fazer história. Pelo menos é o que assegura Leonel Manhique, seleccionador nacional sub-18.

Que avaliação faz do tempo de trabalho com as pré-convocadas para a selecção nacional de basquetebol sub-18 que, de 29 de Julho a 5 de Agosto, irá participar no Campeonato Africano em Maputo?

Podemos dizer, por aquilo que pretendemos e desejamos, que estamos mais ou menos a 30 porcento. Paulatinamente, as miúdas vão correspondendo a aquilo que estamos à procura nelas. Acreditamos, acima de tudo, naquilo que é o grupo de trabalho que temos. Devo dizer que, paulatinamente, elas vão acatando as nossas orientações, vão acatando aquilo que pretendemos em termos de modelo e forma de estar em campo.

Essencialmente, o que a equipa técnica está a privilegiar nesta fase preparação que tem lugar no pavilhão do Desportivo, depois de uma etapa complicada a treinar muito cedo no período de inverno num pavilhão sem cobertura? 

Procuramos, nesta altura, trabalhar a capacidade de força que tem sido um dos problemas dos africanos. Até agora, infelizmente, não temos ginásio. Vamos trabalhando de forma a ungirmos os corpos delas para atingirmos essa capacidade em termos de força. Vamos procurar, também, trabalhar com a resistência. Já introduzimos os processos tácticos- técnicos. Acredito que elas vão acatar pouco a pouco.

Em 2016, no Cairo, Egipto, Moçambique ficou em terceiro lugar no Campeonato Africano sub-18 numa equipa que, por sinal, era orientada por si e Lucília Caetano. Estão satisfeitos com o grupo que dispõem? Dá-lhes garantias de uma excelente prestação?

Estou satisfeito, mas não naquilo que tínhamos analisado como pré-lista desta selecção porque tivemos algumas baixas a última hora. Mas estamos aqui para trabalhar e colmatar estas baixas.

Chanaya Pinto, jogadora que foi vice-campeã em Portugal e que ano passado estreou-se pela selecção principal no “Afrobasket”, e Noémia Massingue, que fez parte do cinco ideal do Campeonato Africano sub-16, foram operadas e vão falhar esta competição. O que estas baixas representam para a equipa técnica e o grupo de trabalho?

Fomos surpreendidos porque não é aquilo que a gente esperava. Estamos a falar de duas baixas importantes e, acima de tudo, motivadoras para o grupo de trabalho. A Noémia Massingue foi operada há duas semanas. Estamos a falar da Chanaya que é uma jogadora experiente que já esteve na selecção “A”, portanto, ia dar um outro valor e motivação a este grupo de trabalho. Mas nós acreditamos que nada é impossível na medida em que temos aqui um grupo de trabalho. Acreditamos que vamos superar essas lacunas. O grupo de trabalho que temos agora a entregar-se a 100 porcento. Acredito, também, que essas jogadoras que não poderão fazer parte da selecção por estarem neste processo de operação, vão apoiar directa ou indirectamente a selecção nacional.

Qual o ponto de situação de Carla Budane, jogadora do Algés de Portugal que foi operada no dedo, e Ester Gomes, que regressou lesionada do campo de treinos da NBA no Senegal?

É verdade. Infelizmente, temos esta situação da Carla Budane que foi operada este ano no dedo. Acho que a recuperação dela é mais rápida. Temos, também, como disseste, a situação de Ester Gomes que veio do Camp da NBA no Senegal lesionada. Está num processo de recuperação e não sabemos qual será a resposta. Daquilo que era a base da selecção, temos um grande problema. Mas estamos num universo de atletas moçambicanos que podemos superar. Podemos não chegar a estes níveis, mas vamos tentar trabalhar para superar essas lacunas que tivemos. A Carla Budane é uma situação que se vai superar porque foi uma operação no dedo e esta semana teremos a resposta sobre o tempo de recuperação.

O Mali, com seis medalhas de ouro e uma de bronze conquistadas, é um dos principais candidatos a conquista do Campeonato Africano sub-18. Temos ainda o Egipto, com um título africano e duas vezes vice-campeão, e Angola que ergueu o troféu uma vez…

Um dos primeiros adversários é a nossa capacidade de integrar os atletas em termos de altura e rodagem de jogos. O que acontece é que nós vamos ao campeonato africano e encontramos duas equipas fortes, nomeadamente Mali e Egipto que vem de um Mundial de sub-17.  Então, vem ao Campeonato Africano já rodados e com um outro nível de basquetebol. Nós temos que trabalhar para superar isso. Aliás, já começámos a trabalhar porque são situações que conhecemos. Temos a própria selecção de Angola que é uma equipa que se está a revelar forte. Temos que procurar trabalhar no sentido de corrigir os erros cometidos no passado, neste caso, nos últimos dois campeonatos africanos para podermos atingir o nosso objectivo que é a medalha de ouro.

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