O novo Alto-Comissário da República da Tanzânia em Moçambique, Hamad Khamis Hamad, garantiu que o seu país nunca deixou Moçambique sozinho na luta contra o terrorismo. Segundo o diplomata, as forças tanzanianas permanecem no terreno, a cooperar directamente com as autoridades moçambicanas, sobretudo nas zonas fronteiriças entre os dois países
Em declarações feitas após um encontro esta segunda-feira com a Presidente da Assembleia da República, Margarida Talapa, Hamad sublinhou:
“A Tanzânia está a colaborar estreitamente com Moçambique. Temos tropas no norte de Moçambique que operam lado a lado com as forças moçambicanas. Estamos conscientes dos desafios naquela região e também no sul da Tanzânia, onde um grupo continua a criar instabilidade. Por isso, a Tanzânia mantém-se firme ao lado de Moçambique para eliminar essa ameaça.”
A Missão Militar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SAMIM) terminou em julho do ano passado, após um ano de operações em Cabo Delgado. Contudo, a Tanzânia assegura que não retirou o seu apoio, reforçando o compromisso com a segurança regional.
Durante o encontro com Margarida Talapa, o Alto-Comissário expressou ainda o interesse em intensificar os laços culturais, através da criação de um Centro Cultural Moçambique-Tanzânia. O espaço deverá dinamizar várias atividades, como aulas de suaíli, para aproximar ainda mais os dois povos.
“Estamos a trabalhar num projeto para inaugurar o centro cultural, que incluirá o ensino do suaíli. Já oferecemos aulas a jornalistas moçambicanos. O suaíli é uma língua bantu reconhecida pela UNESCO e queremos que mais moçambicanos possam aprendê-la,” disse o diplomata.
Hamad destacou também a importância da cooperação parlamentar entre os dois países, salientando que, apesar de o parlamento tanzaniano estar focado nas eleições gerais previstas para novembro, o objetivo é reforçar as relações institucionais após a formação do novo órgão legislativo.
O representante, que também responde pela Tanzânia junto aos Reinos de Eswatini e Madagascar, afirmou não ter dúvidas de que Moçambique é uma inspiração para o seu país, sobretudo num período de transição política.