Os cidadãos sul-africanos estão a enfrentar desafios para manter o distanciamento social, recomendado para prevenir a propagação da pandemia da COVID-19, depois do lockdown decretado pelo Executivo do Presidente Ciryl Ramaphosa.
Na Cidade de Joanesburgo, capital económica sul-africana, várias pessoas permanecem em filas fora dos supermercados para comprar produtos básicos e de uso diário, num contexto em que o bloqueio permite que estabelecimentos que comercializam bens essenciais continuem abertos.
Como a doença é um evento único em uma geração, muitas pessoas ainda estão a tentar entender o que está a acontecer.
“Esta é a primeira vez que vivo essa situação desde que nasci, então às vezes sinto-me preso. Não consigo perceber o que está acontecendo exatamente”, afirma Robs, um segurança de discoteca em Joanesburgo, entrevistado pela televisão chinesa CCTV.
“Acho que eles não planearam isso corretamente. Porque anunciaram dois dias antes, agora o distanciamento social é um esforço que temos que fazer. Ninguém está a manter esse distanciamento. Todo mundo quer entrar nas lojas e comprar o que precisa", acrescenta Thabane Ncube, um técnico de manutenção local. Por outro lado, Robs afirma que não é fácil controlar a situação quando as pessoas precisam sair para comprar suprimentos diários. "Agora o problema é saber por quanto tempo vai ser assim? Porque todos os dias, como se vê você não tem comida, você precisa de sair para fazer compras. Não é fácil”.
Para permitir que as pessoas entendam melhor a situação e obtenham informações em primeira mão, um aplicativo orientado pelo Departamento de Saúde está em operação desde 18 de março e já está a ter um impacto significativo. "O programa sul-africano foi lançado em cinco idiomas, inglês, zulu, xhosa, sesotho e africâner, e alcançamos mais de 3,2 milhões de pessoas desde que lançamos o envio de mais de 60 milhões de mensagens", disse Debbie Rogers, diretora administrativa da Praekel, uma organização africana sem fins lucrativos que dedica-se ao uso de tecnologias móveis para melhorar a vida das pessoas.
Até esta terça-feira, a África do Sul tinha 1.353 casos confirmados do COVID-19 e cinco mortes, de acordo com o Instituto Nacional de Doenças Transmissíveis.