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Sudão rejeita chefe da missão da ONU no país

Foto: Observador

O Governo do Sudão declarou, esta quinta-feira, o alemão Volker Perthes, chefe da Missão Integrada das Nações Unidas para a Assistência à Transição no Sudão “persona non grata”, ou seja, o representante especial das Nações Unidas da ONU no Sudão não é bem-vindo no país.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros sudanês comunicou oficialmente ao secretário-geral da ONU, António Guterres, a decisão sobre o alemão Perthes.

A ONU tinha anunciado anteriormente na rede social Twitter que Perthes estaria na quinta-feira, na capital da Etiópia, Adis Abeba, para uma série de negociações

O chefe do exército sudanês e governador de facto do país, general Abdel Fattah al-Burhan, tinha exigido a demissão de Perthes, que acusou de ser o responsável pela guerra, iniciada em meados de Abril, entre as suas forças e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido do general Mohamed Hamdan Daglo.

Numa carta dirigida à ONU, Al-Burhan acusou Perthes de ter ocultado nos relatórios a situação explosiva em Cartum antes do início das hostilidades.

“Sem essas mentiras, o general Daglo não teria lançado as operações militare”, argumentou o chefe do exército sudanês

Em resposta, António Guterres reafirmou “total confiança” no enviado.

No início de Maio, dezenas de pessoas manifestaram-se em frente à residência do enviado da ONU no país para exigir a sua “expulsão imediata”.

Nos últimos meses, militantes do exército e de grupos islâmicos sudaneses organizaram ainda várias manifestações contra Perthes, que também foi alvo de ameaças de morte.

Em Abril, a ONU manifestou “profunda preocupação” com um vídeo, que circulou nas redes sociais, no qual um homem exigia um decretopara matar Perthes.

Já no ano passado Al-Burhan tinha exigido que Perthes deixasse de “interferir nos assuntos internos do Sudão, ameaçando-o de expulsão do país.

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