Depois de meses de protestos e 30 anos no poder, o presidente do Sudão, Omar al-Bashir foi destituído e detido pelo exército do país, anunciou o ministro da defesa, Awad Mohamed Ahmed Ibn Auf, numa televisão pública sudanesa.
O anúncio do ministro da defesa surge na sequência de um movimento de contestação popular contra Omar al- Bashir, que chegou ao poder depois de um golpe de Estado há mais de três décadas.
O ministro da defesa disse que com a detenção do Al-Bashir o país será governado por um conselho militar presidido por si durante um período de transição de dois anos, que será seguido de eleições.
De acordo com a BBC, foi ainda declarado o estado de emergência durante três meses. Segundo a CNN, o presidente destituído está em prisão domiciliária e a sua equipa de segurança substituída por membros do exército.
Ahmed Ibn Auf revelou ainda que a constituição sudanesa será suspensa e as fronteiras fechadas por tempo indeterminado. O espaço aéreo vai ser encerrado durante 24 horas.
Omar al-Bashir, que há muito tempo é indesejado em vários países do continente africano e que é alvo de acusações por parte de instâncias jurídicas internacionais por genocídio, governou o Sudão durante mais tempo do que qualquer outro líder desde que o país se tornou independente em 1956.
Omar al-Bashir chegou ao poder em 1989 como um general pouco conhecido. Durante os seus 30 anos no poder espalhou a guerra pelo seu país, com o seu governo a bombardear civis com aviões, a cometer crimes de guerra, contra a humanidade e a levar a cabo genocídio na região de Darfur.