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Subiu de 150 para 540 o número de famílias desalojadas em Nicoadala

Foto: O País

Se de um lado subiu o número de pessoas desalojadas, vítimas das enxurradas dos últimos quatro dias, no povoado de Licuar, posto administrativo de Munhonha, na sequência  da passagem do ciclone Gombe, por outro, dezenas de famílias passaram a noite de segunda para terça-feira por cima das árvores, no povoado de Muziva, devido à enchente da água da chuva proveniente do caudal do rio Licuar. A situação levou as autoridades a desdobrar-se na busca e salvamento de pessoas.

Subiu o número de desalojados no distrito de Nicoadala, na sequência da chuva que assola a província da Zambézia. Se até segunda-feira os números indicavam mais de 150 famílias desalojadas na localidade de Licuar, esta terça-feira, os números apontavam para 540. O Governo distrital de Nicoadala evacuou várias famílias para a Escola Primária Josina Machel, mas a demanda populacional que busca por abrigo forçou a abertura de mais centros.

De acordo com a administradora de Nicoadala, Adelina Tiroso, o processo de resgate para apurar se existem ou não mais famílias sitiadas em Licuar vai continuar. Neste momento, decorrem trabalhos para identificação das zonas onde possam haver mais pessoas. Na segunda-feira, recorde-se, mais de 50 famílias foram resgatadas das zonas inundadas, umas porque não tinham como sair e outras porque foram renitentes.

“Continuamos a fazer tudo que está ao nosso alcance para o salvamento das famílias. Ontem, trabalhamos no resgate das famílias até às 18 horas e 45 minutos. Paramos porque estávamos convencidos de que já não havia pessoas, por um lado e, por outro, o facto de a luz do sol ter desaparecido por ser noite. Hoj continuamos com o processo de busca e salvamento das famílias. Estamos a dar tudo que for necessário para que as famílias não passem por situação de fome, abrigo, assistência médica e medicamentosa e outras necessidades”, disse Tiroso.

O Instituto Nacional de Gestão do Risco de Desastres está a utilizar drone para identificação de zonas onde possam existir famílias sitiadas. As autoridades continuam a fazer de tudo para retirar crianças, idosos, mulheres e homens. Já no povoado de Muziva, por sinal zona produtiva de arroz, no distrito de Nicoadala, muitas famílias pernoitaram por cima de árvores. A situação colocou as equipas de trabalho no terreno a desdobrar-se no processo de salvamento das famílias.

Refira-se que a bacia do rio Licungo está a baixar do nível na escala hidrométrica. Saiu de 8.40, na segunda-feira, para 6.15 até às 10 horas desta terça-feira. O director da unidade de gestão da bacia de Licungo e bacias costeiras, António Cipriano, diz que a chuva está a abrandar a montante, concretamente nos distritos de Gurué, Lugela, Namarrói e Ile.

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