Sala de cinema da Lusomundo. Maputo Shopping. Cidade de Maputo. Eis o espaço escolhido para o lançamento da série televisiva Coisas de família. A cerimónia, conforme prevista, iniciou às 17h desta quinta-feira e contou a presença dos actores, realizadores, produtores, guionistas, apresentadores de televisão e o público em geral. O propósito deles? Nem mais, estar na linha da frente para ver a projecção do primeiro episódio na grande tela, antes mesmo da maioria dos telespectadores da Stv, canal que só vai estrear a nova produção no dia 14, às 19h30.
No acto do lançamento, intervieram, numa das salas da Lusomundo, Jeremias Langa, COO da SOICO, e João Miguel, Director da Escola de Comunicação e Artes da Universidade Eduardo Mondlane. Para o primeiro, Coisas de família é a prova inequívoca de que juntar sinergias e acreditar-se no que se está a fazer garante um produto de qualidade. Langa aproveitou a ocasião para lembrar ao público que esta não é a primeira vez que a Stv leva a cabo um produto desta natureza. Há alguns anos, o canal televisivo emitiu N’txuva, vidas em jogo, uma co-produção com uma equipa brasileira. Desta vez foi diferente. Toda a equipa envolvida é de moçambicanos.
“Esta série foi produzida fora dos padrões normais, sem grandes orçamentos, o que revela que é possível termos um produto de qualidade se acreditarmos naquilo que estamos a fazer. É importante levarmos as nossas histórias à televisão. E esta série alimenta-nos o sonho de um dia termos uma telenovela produzida por nós no horário nobre. Temos de lutar por isso, e, inclusive, desafio a todos para que possamos nos esforçar na produção de uma segunda temporada”, afirmou Jeremias Langa.
Na percepção de João Miguel, Coisas de família é um produto que fará diferença. “O país precisa deste tipo de produtos, que pode ser um marco para o futuro do posicionamento da televisão a nível ncional. Este é um momento importante para o sector cultural do país”, defendeu. E esta também é a convicção de Dadivo José, actor e professor de teatro da ECA, quem vê nesta iniciativa uma oportunidade de os alunos de Teatro da instituição onde leciona puderem aliar a teoria à prática. Para o actor, foi uma experiência muito agradável esta de contracenar com pessoas ainda com pouca experiência. “Foi uma boa oportunidade para passar testemunho e penso que conseguimos produzir uma série de qualidade.
À imagem de Dadido José, das figuras conhecidas, a série televisiva também teve no elenco Matilde Conjo, quem encontrou nesta iniciativa uma oportunidade de fazer aquilo que mais gosta: representar. “Faço da representação um modo de vida. Represento até na música, no palco. Mas aqui foi diferente e acredito que os telespectadores vão gostar muito desta série”.
Essencialmente, Coisas de família é uma série com 11 episódios, sendo que cada um dura 20 minutos. A mesma é realizada pela Stv em parceria com a Escola de Comunicação e Artes. Foi gravada em seis dias e junta um elenco de 10 actores.
Quanto ao enredo, cujas cenas foram rodadas na cidade de Maputo e na Residencial Edgara, no distrito de Marracuene, província de Maputo, apresenta uma história que retrata uma família chamada Cossa, cujo sonho do senhor da casa é ter netos. Para o efeito, Cossa (Dadivo José), carregado de muito machismo, predispõe-se a custear pelo filho todas as despesas da cerimónia de lobolo, que, no Sul do rio Zambeze, serve como condição para o casamento. E, de facto, o matrimónio acontece. Ainda assim, daí para a frente as coisas não correm como o planeado, pois surge um problema que abala a família, afinal a tão almejada nora que iria garantir a continuidade do apelido e de tudo à volta disso é estéril. Choque. E agora? Eis a pergunta que não sossega os Cossa, daí resolverem pedir ajuda de forças ancestrais.
Quem esteve na sala Lusomundo, ontem, viu, igualmente, na grande tela, uma história de amor, de ódio, enganos, traição, que projecta os melodramas dos que vivem num ambiente urbano, no entanto, sem resistirem recorrer aos labirintos da tradição, quando necessitam de soluções para vencer os problemas da vida.
Esta é uma série hilariante, na qual, no centro da história, estão Tai (João Machava), filho de Cossa que vai casar; Granada (Leonel Estevão), outro filho do Cossa; e Angélica (Meves Renato), a nora que deixa de ser querida por não poder dar continuidade à linhagem dos Cossa. E os vilões? Bem, o leitor tem razão. Uma história destas não evolui sem pelo menos um vilão ou vilã, no caso. E ela chama-se Jéssica (Nélia Gilberto), a tal revoltada com o facto de ter perdido o homem da sua vida para uma “desconhecida qualquer”.
Pronto. O leitor já tem muita informação. Se quiser saber mais desta história que irá uma vez ao ar por semana, sempre pode ficar atento à Stv ou pode recorrer a Stv Play, pois nesta plataforma já está disponível.