Na sua mais recente avaliação, a agência de rating Standard & Poor’s (S&P) diz que há uma elevada probabilidade de Moçambique falhar pagamentos da dívida pública interna em moeda local. Por isso, reduziu o rating do país em Meticais de CCC+ para CCC.
“Reduzimos a classificação de longo prazo em moeda local para CCC, principalmente porque vemos riscos elevados de atrasos nos pagamentos em dívida comercial. Nós entendemos que os atrasos continuarão até 2024 no mercado interno enquanto o país acumula atrasos com fornecedores e empreiteiros”, pode-se ler na nota da S&P.
Segundo a S&P, CCC é um rating que mostra uma classificação de um grau especulativo, ou seja, actualmente vulnerável e dependente de condições de negócio, financeiras e económicas favoráveis para honrar com compromissos financeiros.
Na opinião da agência de rating, a recente redução é resultado de medidas fiscais mais gerais e pressões de liquidez, mas também reflecte as dificuldades administrativas e gestão dificiente da dívida pública do país.
De acordo com a análise, os desafios de gestão de liquidez em Moçambique permanecem consideráveis, com alguns atrasos nos pagamentos aos credores do Estado e a acumulação de atrasos no pagamento a fornecedores e empreiteiros.
Por outro lado, a S&P entende que a revisão salarial sector público, através da Tabela Salarial Única (TSU), bem como os choques relacionados com o clima, o pagamento dos juros da dívida pública e as despesas pré-eleitorais estão a pressionar o Governo.
“Os reembolsos da dívida em moeda estrangeira permanecem comparativamente modestos até que o único Eurobond de Moçambique comece a vencer a partir de 2028, por isso afirmamos nosso rating de longo prazo em moeda estrangeira em ‘CCC+”.
Por outro lado, a agência reduziu o índice local de longo prazo de crédito soberano em moeda estrangeira de Moçambique de CCC+ para CCC. Já os de curto prazo em moedas locais e estrangeiras foram mantidos em ‘C’.
Já as perspectivas, tanto para a moeda local como para os ratings de longo prazo em moeda estrangeira, são estáveis, segundo a avaliação feita no dia 18 de Outubro pela S&P Global Ratings.
“Poderíamos reduzir os ratings em moeda local e em moeda estrangeira em Moçambique se a posição de liquidez do governo enfraquecesse – como visto, por exemplo, através do levantamento contínuo de activos líquidos ou de acumulação de pagamentos atrasados a credores e fornecedores – ou se houvesse novos choques económicos ou externos ou atrasos nos grandes projectos de gás”, refere a agência.
O cenário poderia ser positivo se a classificação das receitas do Governo se fortalecerem, por exemplo devido a um aumento na produção de gás no médio prazo, permitindo, em última análise, que Moçambique estabilize a sua posição fiscal.
Segundo a agência, antes do dia 9 de Outubro, data das últimas eleições gerais, cujo vencedor é o candidato presidencial da Frelimo, Daniel Chapo, a derrapagem fiscal ocorreu à medida que as restrições de gastos e as reformas fiscais se estagnaram.
Com Daniel Chapo como Presidente, a agência diz esperar que a política governamental permaneça “difícil”, com compromissos de redução dos desafios fiscais, de melhorar a infra-estrutura e das condições socioeconómicas e de gestão das receitas futuras do gás.
Conclui ainda, a agência de notação financeira, que as perspectivas poderiam melhorar substancialmente com o grande potencial de exportação de gás assim que os principais projectos se tornarem operacionais (actualmente previsto para 2029–2030).
“Perspectivas económicas significativas dependem do projecto de 20 mil milhões de dólares da Área 1 liderado pela TotalEnergies, que poderá reiniciar totalmente a construção em 2025”, avança a agência.
Tal acontece, segundo a agência, num contexto em que as reservas de gás natural do país são grandes, estimadas em 160 trilhões de pés cúbicos, tendo a produção, na bacia do Rovuma, arrancado em Novembro de 2022 com a plataforma flutuante de Gás Natural Liquefeito Coral Sul, que tem capacidade de 3,4 milhões de toneladas por ano.
Embora continue o terrorismo em Cabo Delgado, a agência entende que a situação de segurança perto do projecto de Gás Natural Liquefeito liderado pela Eni melhorou desde 2021, com o apoio militar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Ruanda. Enquanto isso, a actividade económica na cidade de Palma (perto do Campo de gás da Área 1) melhorou à medida que a população regressou, diz a S&P.
Reagindo à recente classificação, a Confederação das Associações Económicas (CTA) lamentou o facto de a agência de rating Standard & Poor’s ter baixado o rating de endividamento de Moçambique, o que poderá contribuir para o aumento do custo do dinheiro para o país, tanto no mercado nacional como no mercado internacional.S&P alerta que Moçambique pode falhar pagamento da dívida pública interna.
Na sua mais recente avaliação, a agência de rating Standard & Poor’s (S&P) diz que há uma elevada probabilidade de Moçambique falhar pagamentos da dívida pública interna em moeda local. Por isso, reduziu o rating do país em Meticais de CCC+ para CCC.
“Reduzimos a classificação de longo prazo em moeda local para CCC, principalmente porque vemos riscos elevados de atrasos nos pagamentos em dívida comercial. Nós entendemos que os atrasos continuarão até 2024 no mercado interno enquanto o país acumula atrasos com fornecedores e empreiteiros”, pode-se ler na nota da S&P.
Segundo a S&P, CCC é um rating que mostra uma classificação de um grau especulativo, ou seja, actualmente vulnerável e dependente de condições de negócio, financeiras e económicas favoráveis para honrar com compromissos financeiros.
Na opinião da agência de rating, a recente redução é resultado de medidas fiscais mais gerais e pressões de liquidez, mas também reflecte as dificuldades administrativas e gestão dificiente da dívida pública do país.
De acordo com a análise, os desafios de gestão de liquidez em Moçambique permanecem consideráveis, com alguns atrasos nos pagamentos aos credores do Estado e a acumulação de atrasos no pagamento a fornecedores e empreiteiros.
Por outro lado, a S&P entende que a revisão salarial sector público, através da Tabela Salarial Única (TSU), bem como os choques relacionados com o clima, o pagamento dos juros da dívida pública e as despesas pré-eleitorais estão a pressionar o Governo.
“Os reembolsos da dívida em moeda estrangeira permanecem comparativamente modestos até que o único Eurobond de Moçambique comece a vencer a partir de 2028, por isso afirmamos nosso rating de longo prazo em moeda estrangeira em ‘CCC+”.
Por outro lado, a agência reduziu o índice local de longo prazo de crédito soberano em moeda estrangeira de Moçambique de CCC+ para CCC. Já os de curto prazo em moedas locais e estrangeiras foram mantidos em ‘C’.
Já as perspectivas, tanto para a moeda local como para os ratings de longo prazo em moeda estrangeira, são estáveis, segundo a avaliação feita no dia 18 de Outubro pela S&P Global Ratings.
“Poderíamos reduzir os ratings em moeda local e em moeda estrangeira em Moçambique se a posição de liquidez do governo enfraquecesse – como visto, por exemplo, através do levantamento contínuo de activos líquidos ou de acumulação de pagamentos atrasados a credores e fornecedores – ou se houvesse novos choques económicos ou externos ou atrasos nos grandes projectos de gás”, refere a agência.
O cenário poderia ser positivo se a classificação das receitas do Governo se fortalecerem, por exemplo devido a um aumento na produção de gás no médio prazo, permitindo, em última análise, que Moçambique estabilize a sua posição fiscal.
Segundo a agência, antes do dia 9 de Outubro, data das últimas eleições gerais, cujo vencedor é o candidato presidencial da Frelimo, Daniel Chapo, a derrapagem fiscal ocorreu à medida que as restrições de gastos e as reformas fiscais se estagnaram.
Com Daniel Chapo como Presidente, a agência diz esperar que a política governamental permaneça “difícil”, com compromissos de redução dos desafios fiscais, de melhorar a infra-estrutura e das condições socioeconómicas e de gestão das receitas futuras do gás.
Conclui ainda, a agência de notação financeira, que as perspectivas poderiam melhorar substancialmente com o grande potencial de exportação de gás assim que os principais projectos se tornarem operacionais (actualmente previsto para 2029–2030).
“Perspectivas económicas significativas dependem do projecto de 20 mil milhões de dólares da Área 1 liderado pela TotalEnergies, que poderá reiniciar totalmente a construção em 2025”, avança a agência.
Tal acontece, segundo a agência, num contexto em que as reservas de gás natural do país são grandes, estimadas em 160 trilhões de pés cúbicos, tendo a produção, na bacia do Rovuma, arrancado em Novembro de 2022 com a plataforma flutuante de Gás Natural Liquefeito Coral Sul, que tem capacidade de 3,4 milhões de toneladas por ano.
Embora continue o terrorismo em Cabo Delgado, a agência entende que a situação de segurança perto do projecto de Gás Natural Liquefeito liderado pela Eni melhorou desde 2021, com o apoio militar da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) e do Ruanda. Enquanto isso, a actividade económica na cidade de Palma (perto do Campo de gás da Área 1) melhorou à medida que a população regressou, diz a S&P.
Reagindo à recente classificação, a Confederação das Associações Económicas (CTA) lamentou o facto de a agência de rating Standard & Poor’s ter baixado o rating de endividamento de Moçambique, o que poderá contribuir para o aumento do custo do dinheiro para o país, tanto no mercado nacional como no mercado internacional.