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Sociedade civil lança reflexão sobre sustentabilidade das intervenções feitas nas escolas para combate à COVID-19

No âmbito das comemorações, a 15 de Outubro, do Dia Mundial da Lavagem das Mãos, a WaterAid Moçambique, a Organização Nacional dos Professores (ONP) e o Movimento de Educação Para Todos (MEPT) lançaram uma avaliação sobre os Serviços Sustentáveis de Água, Saneamento e Higiene (ASH) nas escolas de Moçambique, tendo a COVID-19 como oportunidade para a mudança de paradigma.

Com a avaliação, as três organizações pretendem contribuir para uma reflexão profunda sobre a sustentabilidade das intervenções desenvolvidas nas escolas moçambicanas como resposta à COVID-19 e para a mobilização de recursos adicionais para o sector, num contexto em que os dados do Joint Monitoring Program (JMP), de 2018, estimam que cerca de 69% das escolas não têm acesso à água potável, apenas 47% têm acesso ao saneamento básico e 15% a serviços de higiene.

Trata-se de desafios sérios que colocam em causa o alcance do Objectivo de Desenvolvimento Sustentável 4 (ODS-4), que prevê garantir, até 2030, o acesso a uma educação inclusiva, de qualidade e equitativa, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.

Lembrar que a provisão de serviços de ASH é uma condição fundamental para assegurar a presença regular das crianças num ambiente escolar saudável. Escolas com dificuldades na provisão dos serviços de ASH registam maiores níveis de absentismo e limitam a progressão das crianças pelos diferentes níveis de ensino, em particular as raparigas.

O documento resultante da avaliação identificou vários desafios, nomeadamente, a ausência de dados sobre infra-estruturas de ASH nas escolas; a exiguidade de fundos para o funcionamento e manutenção das escolas; ausência de uma estratégia de comunicação para a mudança de comportamento e a multiplicidade de modelos de infra-estruturas de ASH e ausência de modelos adaptados às escolas primárias.

Como forma de minimizar os desafios encontrados, o documento recomenda às entidades ligadas ao sector que façam mais advocacia para o aumento do orçamento disponível para actividades de ASH nas escolas; que se melhore o sistema de monitoria do sector, com enfoque nas questões de ASH; que se desenvolva e se implemente uma estratégia de comunicação para a mudança de comportamento e que sejam padronizados os modelos de serviços de ASH e procedimentos para a sua gestão, operação e manutenção.

O facto de este evento coincidir com as celebrações do Dia Mundial da Lavagem das Mãos tem um significado especial, uma vez que, com esta data, se pretende promover a simples prática de lavagem das mãos, tida como eficaz e de maior importância na prevenção e controlo da disseminação de infecções.

Para isso, a escola é um espaço privilegiado para a promoção de normas sociais que salvam vidas e a lavagem das mãos e outras práticas de higiene e saneamento devem ser incutidas desde cedo, em cada indivíduo, por forma a garantir o bem-estar das nossas famílias.

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