Sobreviventes do conflito no Mali relatam violência sexual e assassinatos atribuídos ao Corpo Africano, uma nova unidade militar sob controle russo. No início deste ano, o Corpo Africano substituiu o grupo mercenário russo Vagner, que auxiliava os governos militares do Mali, Burkina Faso e Níger no combate a militantes ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico na região do Sahel, na África Ocidental.
De acordo com a imprensa internacional, a região se tornou o lugar mais perigoso do mundo para o extremismo. A Associated Press obteve acesso raro a um campo de refugiados onde malianos acusaram o Corpo Africano, uma nova unidade militar sob controle russo, de abusos.
Civis, como os refugiados, dizem estar presos no fogo cruzado. As Nações Unidas relataram abusos de todos os lados. Mas as alegações contra o Corpo Africano são novas. A AP conversou com 34 refugiados dentro e nos arredores do campo, na vizinha Mauritânia. Eles alegaram abusos, incluindo estupros e decapitações.
Segundo entidades de saúde local, uma menina de 14 anos jazia imóvel em uma clínica improvisada, com os olhos vidrados e a boca aberta. Uma das profissionais, disse que a menina tinha uma infecção relacionada a um abuso sexual e estava em choque agudo, sem tratamento, há dias.
Especialistas jurídicos citadas pela imprensa internacional afirmam que a existência do Corpo Africano como uma unidade militar russa torna as autoridades russas directamente responsáveis pelas ações dos combatentes.

