Várias pessoas que desde o passado domingo estavam sitiadas no distrito do Búzi, e em cima dos tectos e árvores, chegaram ao longo do dia de hoje, na Beira, por via marítima, uns por meios próprios e outros socorridos pelo INGC por meios aéreos e marítimos.
Inês Tiago, de oito anos de idade, quando se encontrava ainda na primeira tenda, reservada para os primeiros socorros, em contacto com a nossa Reportagem e chorando, afirmou que ela e o resto da família, dois irmãos e os pais, foram apanhados de surpresa pela subida do caudal do Buzi, cerca das 21 horas do passado domingo.
“Corremos para a administração. Havia muita gente e fiquei separada da minha família. Não sei qual foi a sorte deles”. Chorando, Inês acrescentou que o nível das águas continuou a subir de forma brusca e agressiva. “Uns correram para o topo das árvores e outros para tecto das casas como foi o meu caso. Ficamos assim desde domingo até chegar a ajuda hoje”.
A operação de resgate está a ser dificultada por via marítima, porque grande parte dos barcos de pequeno porte, barcos esses que estão a ser usados para transportar as vítimas da vila sede até ao mar, onde depois as vítimas são transferidas para navios da marinha de guerra, foram danificados pelo ciclone Idai.
A marinha de guerra indiana está posicionada no porto da Beira há três dias e está envolvida nas operações de resgate. Espera-se que ao longo do dia de hoje, mais pessoas sejam retiradas da vila sede do Búzi.
A comunidade marítima liderada pela Cornelder pediu mais solidariedade.