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Sindicato Nacional de Jornalistas condena actuação da polícia no campo da Soalpo!

Continua a dar o que falar a violência protagonizada pelos adeptos do Textáfrica de Chimoio, domingo, no campo da Soalpo, em contestação ao trabalho da equipa de arbitragem, liderada por Guilherme Malagueta, no jogo entre a formação da casa e a Black Bulls.

Entre as vítimas, há dois profissionais da comunicação, nomeadamente, Nelson Benjamim, jornalista da Tv Sucesso, que fracturou o braço direito, e José Algy, operador de câmera da TVM, que perdeu os sentidos na sequência da inalação de gás pimenta.

O Secretariado Provincial do Sindicato Nacional de Jornalistas (SNJ) condena os actos que vitimaram dois membros da classe.
Em comunicado, a agremiação diz que foi “com justificada tristeza e preocupação” que tomou conhecimento do “ferimento de jornalistas de diversos órgãos de comunicação social”.
Na nota, o SNJ lamenta ainda que Nelson Benjamim e José Algy tenham caído nas malhas da violência provocada por excesso de zelo dos membros da PRM, quando estes exerciam as suas actividades.

“Segundo relatos de testemunhas, os jornalistas sofreram ferimentos quando os adeptos do Textáfrica começaram com acções de contestação da actuação da equipa de arbitragem, tendo de seguida a Polícia da República de Moçambique (PRM) disparado granadas de gás lacrimogéneo, para, supostamente, dispersar os manifestantes, numa altura em que os profissionais da imprensa faziam o seu trabalho normal no campo. Da actuação policial, alguns jornalistas foram afectados, ora por intoxicação pelo gás lacrimogéneo, ora por queda na tentativa de escapar da violência policial que disparou a substância, indiscriminadamente, para toda a extensão do campo. Com efeito, o jornalista da TV Sucesso, Nelson Benjamim, contraiu ferimentos graves e fracturou o braço direito e o operador de câmera da TVM, Algy José, perdeu os sentidos em pleno recinto de jogos, após inalar a substância tóxica”, lamenta o Sindicato Nacional de Jornalistas.
Ainda no comunicado, o SNJ diz que um dos feridos não teve o tratamento adequado quando deu entrada no Hospital Provincial de Manica, porquanto esta unidade sanitária deparava-se com falta de gesso.

“O balanço preliminar indica que outros colegas se queixam de ferimentos de gravidade diversa em resultado das escaramuças. O SNJ condena de forma veemente o sucedido e manifesta a sua total e profunda indignação pela actuação menos cautelosa da Polícia, que sabendo que no campo também estavam profissionais em serviço, que nada têm a ver com o desenrolar do espectáculo do jogo, decidiu cair por cima de tudo e todos. A situação agravou-se quando alguns dos profissionais feridos ou afectados pelo excesso de zelo de alguns agentes da PRM não puderam ter atendimento adequado no Hospital Provincial de Chimoio, para onde foram encaminhados, uma vez que aquela unidade sanitária de referência na província de Manica, à hora dos factos, debatia-se com falta de gesso. Por isso, alguns dos jornalistas feridos estão, neste momento, abandonados à sua sorte, nas suas casas, onde buscam assistência alternativa, estando assim impedidos de desenvolver a sua função de informar o povo”.

Aos organizadores do Moçambola-2024, aos clubes e demais actores, o Sindicato Nacional de Jornalistas apela para a criação de todas as as condições de segurança nos recintos desportivos.
“Apelamos às entidades envolvidas na organização deste tipo de eventos para melhorar as condições de segurança para doravante assegurar o melhor exercício da actividade jornalística em campos de futebol, sobretudo no campo da Soalpo, onde são recorrentes escaramuças, além de dificuldades de acesso à imprensa para cobertura dos jogos de futebol envolvendo a equipa da casa”.

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