Mais do que diagnosticar e testar de imediato os pacientes com HIV-SIDA, é preciso garantir que eles se mantém no tratamento. Esta foi uma das ideias defendidas durante o segundo simpósio sobre Tratamento Anti-retroviral, realizado hoje em Maputo, no âmbito das décimas sextas jornadas nacionais de Saúde.
Sob a moderação do secretário executivo do Conselho Nacional de Combate ao Sida, quatro especialistas reflectiram sobre as novas oportunidades e novos desafios para o controlo do HIV e o papel das comunidades.
Através de experiências de países como os Estados Unidos da América e do Lesotho, a professora de epidemiologia e medicina da Universidade de Columbia falou da necessidade de ser criado um novo modelo para a testagem e tratamento do HIV-SIDA.
“Primeiro é preciso encontrar as pessoas e depois testar, iniciar, e reter as pessoas no processo. Não se pode pensar que são apenas dois passos. Porque são no mínimo cinco passos. Há necessidade de reconceiptualizar o conceito de testar e iniciar. Desta forma seria adoptado o método Encontrar, testar, iniciar, reter e permanecer.
Por sua vez, a especialista em nutrição partilhou a estratégia mother to mother da áfrica do Sul, destacando a necessidade do foco das abordagens ser sempre os pacientes.
“A nossa avaliação desta estratégia é muito positiva. E encorajamos a todos que promovem a abordagem par-a-par que façam uma abordagem centrada nos utentes e nos mais vulneráveis. É preciso perceber que as necessidades dos pacientes vão além da oferta do tratamento”.
A falta de informação, os efeitos colaterais dos medicamentos e o preconceito são algumas das barreiras apontadas para não adesão do Tratamento Anti-Retroviral, num estudo que está a ser desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde.
Para a investigadora Carla Braga, que centrou-se no papel das comunidades, as barreiras também estão relacionadas com atendimento que os utentes recebem quando chegam aos centros de saúde e hospitais.
Todos os painelistas concordam que o alcance das metas 90/90/90 dependem de estratégias centradas nos pacientes, e no fortalecimento do envolvimento comunitário.