Samuel Simango defende que é preciso que sejam resolvidos os problemas eleitorais, antes de um diálogo entre os candidatos Venâncio Mondlane e Daniel Chapo. Simango explica que Daniel Chapo não pode assinar nenhum compromisso, visto que não é o Presidente da República.
“É necessário dar cada passo seguro. Uma contradição que vou trazer aqui é, como negociar com um candidato que ainda não tomou posse, porque se de facto, neste momento, este país tem um presidente, embora faltem poucos dias e poucos meses, o Presidente da República, que pode discutir as questões de Estado é o Presidente Nyusi e não o Chapo”, disse Samuel Simango, no programa Noite Informativa da STV.
Simango defende que é preciso resolver, primeiro, os problemas eleitorais, e que se a actuação da polícia trata-se de uma acção política.
“É necessário também que os manifestantes não usem métodos brutais com a polícia, porque aqui, quem de facto está a dispersar os manifestantes não é o polícia, mas a polícia. O polícia, muitas vezes, por ser a cara do Estado, acaba sendo tido como a pessoa que não está a cumprir ordens, mas está a fazer aquilo que ele acha que deve fazer”, explicou Simango.
Fernando Lima, por sua vez, diz que os resultados anunciados pela CNE não reflectem a vontade popular e pouco se espera do Conselho Constitucional.
“Há uma clara captura política do Conselho Constitucional, inclusive o presidente da CNE, de algum modo teve uma atitude muito de Ponsio Pilato, lavo daí as minhas mãos, nós cumprimos o prazo e não quisemos analizar as regularidades de que estamos conscientes que existem, isso fica para o Conselho Constitucional decidir. De facto, o Conselho Constitucional que também já nos habituou… não quer conhecer este processo, submetemos extracto para o ministério público, que tire as suas providencias”, disse Lima.
Os analistas falaram este domingo no Noite Informativa, onde a tônica do debate foi as saídas para o fim da tensão pós-eleitoral.