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Sheik Abdul Magid diz que sentimento de exclusão nos moçambicanos leva a conflitos

Abdul Magid afirma que há um sentimento de exclusão em muitos moçambicanos, por isso o país vive mergulhado em conflitos internos. O sheik aponta, igualmente, que há dirigentes que entram na política para resolver problemas pessoais e não da nação.

O país vive uma onda de conflitos internos nos últimos anos, movidos, principalmente, por objectivos políticos. O delegado provincial do Conselho Islâmico de Moçambique, sheik Abdul Magid, entende que parte destes conflitos surgem de um sentimento de exclusão que o povo carega.

“Em uma única palavra: exclusão. Cada um se sente excluído de todos os processos. Se formos a olhar até à própria guerra em Cabo Delgado, debateu-se muito isso, exclusão”, apontou o sheik.

Um outro problema apontado pelo sheik é que há dirigentes que abraçam a política como saída para resolver problemas pessoais e não os problemas do povo.

“Alguém abraça a política, não porque gosta do seu país, mas sim porque quer alcançar objectivos individuais. Hoje, todos, por exemplo, que querem chegar ao poder, usam uma única palavra, que é servir ao povo. Se estamos a ser sinceros, graças a Deus, mas, se não estamos a ser sinceros, eu aconselho a recuarmos e termos aquela sinceridade possível para alcançarmos os nossos objectivos comuns”, disse.

Abdul Magide diz que é preciso que os líderes não se distraiam com as regalias dos cargos e que se foquem no bem-estar da nação.

“Não devemos olhar a liderança como um privilégio. As pessoas olham para as regalias e esquecem-se da responsabilidade. Chega lá ao topo, consegue aquelas regalias e esquece-se da sua responsabilidade, e os outros que estão à espera de si, aqueles que haviam depositado aquela confiança em si, sentem-se excluídos e começa o caos que estamos a viver”, explica Abdul Magid.

Fala, também, da degradação dos valores morais da juventude, que entende que está cada vez mais mergulhada no consumo de drogas.

“A minha preocupação é a juventude e o rumo que esta mesma juventude está a levar. Primeiro, o engajamento que esta juventude tem, a inclinação que eles têm para o consumo de drogas. O engajamento e a inclinação que têm no consumo, por exemplo, do álcool e mais outro tipo de drogas, é aqui onde começa o problema”, alertou.

O sheik Abdul Magide apela à união dos moçambicanos e, acima de tudo, à aceitação das diferenças nas escolhas e opiniões, para que haja paz.

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