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SERNIC desmantela suposto cativeiro em condomínio na Matola

Foto: O País

Sem deter os mandantes nem os executores, o Serviço Nacional de Investigação Criminal desmantelou uma residência que era supostamente usada por alegados raptores como cativeiro no bairro Tchumene,  na Matola.  O SERNIC diz que os envolvidos nos últimos casos são sul-africanos que estão foragidos.

Trata-se de um edifício imponente, localizado no interior do condomínio Tchumene, onde, no seu exterior, há pouco movimento de pessoas. Do lado de fora, a residência não deixa  transparecer que se trata de um suposto cativeiro. Porém, no seu interior, vê-se que se trata de uma casa não habitada frequentemente, e, segundo constata o SERNIC, há algumas modificações que visavam isolar as vítimas. O empresário proprietário da papelaria localizada na Av. Ho Chi Min, na Cidade de Maputo, segundo as autoridades, esteve no mesmo cativeiro, de onde veio a fugir.

“É este local que terá sido usado como cativeiro da vítima raptada no dia 26 de Junho, na baixa da Cidade de Maputo, mas há também informações no local, logo depois do rapto ocorrido no bairro da Polana cimento “A”, que indicam que a vítima estava a caminho do cativeiro”, disse Hilário Lole, porta-voz do Serviço Nacional de Investigação Criminal da Cidade de Maputo.

Sem deter os mandantes nem os executores, o SERNIC diz que já identificou os autores do rapto do dia 26 de Junho, identificando-os como os mesmos que perpetraram raptos no sábado e na última segunda-feira.

“Temos informações precisas daqueles que são os mandantes destes raptos, através de alguns executores. Temos alguns movimentos de entrada e saída destes indivíduos, porque vêm da África do Sul. Estamos a falar  dos executores dos raptos ocorridos no sábado, assim como no final do dia na segunda-feira. São indivíduos que vêm do território sul-africano e estão aqui há sensivelmente uma semana. Um deles já terá regressado ontem (segunda-feira) mesmo à África do Sul, segundo informações em nossa posse. Mas estamos a trabalhar para esclarecer esta situação”, revelou Lole.

Foram exibidas correntes que, segundo avançam os investigadores do crime, eram usadas para amarrar as vítimas de rapto. No mesmo cativeiro, foi detido um indivíduo de pouco mais de 30 anos de idade, que, segundo as autoridades, colaborava com os raptores.

O detido diz que está a trabalhar na mesma casa como guarda, justificando ainda que foi contratado para o efeito e que  teria como salário seis mil Meticais. Mesmo reconhecendo que é suspeito, nega que tenha colaborado com os raptores.

Hortência Mondlane, chefe de quarteirão no bairro Tchumene, diz que não conhece os proprietários das casas, incluindo a que é identificada como cativeiro, porque, quando são convocados às reuniões não aparecem.

“Deixaram os raptos entrarem aqui dentro da cancela. Afinal, esta cancela para que serve?”, indagou, para depois acrescentar: “Várias vezes chamámos os donos destas casas para reuniões, e eles não apareceram. Quando vamos às suas casas, mandam guardas com cães para nos atenderem. É uma situação que nos preocupa”, manifestou.

A residência em causa está no interior do Condomínio Tchumene, onde o acesso do mesmo é sujeito a um controlo rigoroso. Mais do que isso, a 10ª esquadra da PRM está próxima ao condomínio.

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