Uma empresa de segurança privada, denominada Gigante Panda Segurança, pode estar a operar ilegalmente na Cidade e Província de Maputo. A mesma firma operava em Sofala, onde foi suspensa e é procurada pela Procuradoria Provincial da República naquela província.
Em Junho deste ano, o jornal O País reportou que a empresa Gigante Panda Segurança, pertencente a um cidadão chinês de nome Jiye Zhuo, estava a operar ilegalmente na província de Sofala, depois de ter sido encerrada por ordens da Procuradoria Provincial, em Fevereiro último.
Nas suas diligências, a Procuradoria Provincial da República em Sofala proibiu, segundo uma nota datada de 30 de Junho, que a empresa exercesse qualquer actividade de segurança em todo o território nacional.
Entretanto, a mesma empresa pode estar a funcionar na Cidade e Província de Maputo, desafiando as autoridades judiciais. Os donos da empresa já foram acusados, conforme o documento que passamos a citar.
“Correm trâmites, na Procuradoria Provincial da República em Sofala, autos de instrução sob número 559/07/2022, em que são arguidos Jiye Zhuo e Kaman Lau Ming Kwan, indiciados pelo crime de branqueamento de capitais.”
De acordo, ainda, com o documento a que o “O País” teve acesso, as empresas do ramo comercial detidas pelo cidadão chinês Jiye Zhuo e o empresário Kaman Lau Ming Kwan não devem, igualmente, importar ou exportar qualquer mercadoria.
A equipa de reportagem do jornal O País percorreu alguns pontos da Cidade e Província de Maputo, onde foi possível ver os agentes afectos à empresa Gigante Panda Segurança trabalhar normalmente. Aliás, os mesmos agentes contaram que sabem dos problemas que as empresas de Jiye Zhuo têm com a justiça, mas nada podem fazer, e relatam más condições de trabalho.
Num outro documento, emitido pelo Tribunal Aduaneiro da Província de Nampula, a empresa Tiger Importação e Exportação, Lda, também pertencente ao cidadão Jiye Zhuo, deve milhões de Meticais ao Estado, resultantes de multas acumuladas e não pagas desde 2022, mesmo depois de uma decisão judicial.
Contactado, o Ministério do Interior, que articula a actividade das empresas de segurança privada no país, fez saber que está ainda a estudar o “dossier” sobre a empresa Gigante Panda Segurança.
A Associação das Empresas de Segurança Privada não reconhece a empresa em alusão, porque não faz parte da agremiação, mas sabe que a mesma foi suspensa pelas autoridades.