O sector das pescas já atingiu uma produção de 71 por cento do planificado para o presente ano, isto é, 372 286 toneladas de pescado de Janeiro a Outubro. A cifra representa um crescimento na ordem de 6 por cento, quando comparado a igual período de 2023.
De acordo com a ministra do Mar, Águas Interiores e Pescas, Lídia Cardoso, o sector artesanal foi um dos que mais produziu, com 95 por cento do que já foi conseguido até esta parte. Segundo o Governo, 420 398 pessoas praticam este tipo de pesca em todo o país.
Entretanto, a pesca ilegal é um dos grandes problemas que minam o desempenho do sector, segundo a governante. Cardoso diz ainda que, apesar dos esforços para combater o mal, o Estado Moçambicano se debate com limitações relativas a recursos para o seu controlo.
“A pesca ilegal acontece em duas vertentes: aquela que nós vemos nas nossas comunidades, a fazerem com uso de redes nocivas, que danificam o ecossistema marinho e fazem a captura de recursos em fase embrionária; e aquela pesca ilegal que nós conhecemos, de grande dimensão, que ocorre em vários países do mundo e temos dificuldades de fazer o controlo”, lamentou.
Entretanto, o Governo afirma estar presente na costa em trabalhos de fiscalização.
Segundo a governante, o aumento dos níveis de produção neste subsector resulta do envolvimento dos Conselhos Comunitários de Pesca no processo de recolha da informação estatística da pesca artesanal nos centros de pesca não cobertos pelo Sistema de Amostragem da Pesca Artesanal.
Aquacultura ganha espaço nas províncias
Neste momento, mais de 23 mil pessoas em todo o país, principalmente nas províncias, estão envolvidas em projectos de aquacultura, sector que, nos últimos tempos, tem estado a oferecer muitas oportunidades, de acordo com o Governo.
Falando no âmbito da veda da captura do camarão e caranguejo do mangal, em todo o território nacional, a governante apelou para o cumprimento escrupuloso do período, a fim de permitir que as fêmeas façam sua reprodução natural até à próxima época.
O período de veda e de defeso visa a recuperação, manutenção e garantia da exploração sustentável da espécie.
O camarão de superfície no país encontra-se no banco de Sofala, baía de Maputo, foz do rio Limpopo e no distrito de Govuro, sendo que, no banco de Sofala, se iniciou no dia 15 de Novembro corrente e estende-se até Março de 2025. Neste local, a captura é efectuada através da frota industrial, semi-industrial e artesanal.
Quanto ao caranguejo do mangal, o período de veda e defeso arrancou na primeira quinzena de Novembro e vai até Janeiro próximo. “A veda de polvo nas províncias de Inhambane, Nampula e Cabo Delgado, iniciar-se-á em Janeiro de 2025 e irá até Fevereiro”, referiu a governante, que fez saber que, durante este período, os pescadores estão autorizados a efectuar a captura de outro tipo de pescado, citando o exemplo o atum, lagosta, polvo e kapenta.
“Ficam interditos de algum transporte, manipular, processar ou vender novos lotes de camarão de superfície e caranguejo do mangal”, disse a fonte.
Em 2023, foram capturadas 7150 toneladas de camarão de superfície, mais 2150 toneladas do que o conseguido no presente ano, que é de 5000 toneladas. Já a captura do mangal conheceu uma desaceleração, sendo que no presente ano foi de 6100 toneladas, contra 7150 do ano transacto.
Nesta quarta-feira, o mundo assinala o dia “Dia Mundial da Pesca”, e, para celebração do efeméride, o Governo de Moçambique tem programadas várias actividades culturais, a saber: actividades náuticas (canoagem e natação), espectáculos musicais, teatro, palestras de consciencialização para a pesca sustentável, entre outras.
Com a promoção destas actividades culturais, o Governo pretende que seja desenvolvida uma pesca responsável e sustentável, mobilizando os pescadores artesanais para cumprirem deveres de cidadania e formalizando esta actividade por meio de registo, pagamento de impostos, taxas e inserção no sistema de segurança social.
“Esperamos a partilha de oportunidades de registo do negócio em toda a cadeia de valor da bpesca e aquacultura, mobilizar a sociedade no combate à pesca ilegal, poluição marinha e corte ilegal do mangal”, disse Cardoso durante a cerimónia de lançamento das festividades.
420 398
Número total de pessoas que praticam pesca artesanal em todo o país
De acordo com o governo, a pesca artesanal contribui em 95 por cento do pescado de Janeiro a Outubro do presente ano.