O País – A verdade como notícia

Secretário-geral da ACLLN discorda do autor do primeiro tiro contra o colonialismo português no país

Foto: O País

O secretário-geral da Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLN), Fernando Faustino, não concorda com Chipande, que defende que há tribalismo nas instituições do Estado, mas diz respeitar a sua posição.

No que toca à opinião de Alberto Chipande sobre a existência de tribalismo nas instituições públicas, Fernando Faustino, secretário-geral da ACLLN, diz discordar do homem que, segundo a história oficial de Moçambique, foi o autor do primeiro tiro contra o colonialismo português. Faustino afirma, entretanto, que respeita o seu pensamento.

“Eu não concordo, porque a nossa arma secreta é a unidade nacional. Na Frelimo, há liberdade de expressão. O general Chipande é nosso grande chefe e respeitamo-lo bastante, mas penso que esse é o pensamento dele”, disse Fernando Faustino.

O secretário-geral da ACLLN comentava os temas da actualidade, quando confrontado pelo “O País”.

Sobre um possível terceiro mandato de Filipe Nyusi na presidência do partido, que foi a vontade manifestada pela Organização da Juventude Moçambicana (OJM) em Maio último, Faustino não concordou nem discordou do desejo expresso pelo braço juvenil da Frelimo.

Disse, entretanto, que o assunto não foi debatido no último comité central do partido, também havido em Maio, que devia ser o momento para debater esse tipo de assunto e que Nyusi não está preocupado com mais um mandato, mas sim em acabar com a insurgência, que afecta a província de Cabo Delgado, a fome no país, o custo de vida e outros problemas que preocupam os moçambicanos.

“Em nenhum momento, que eu saiba, ele (Filipe Nyusi) manifestou interesse em se recandidatar, e esse não é assunto da ACLLN; devem perguntar à OJM: em que se inspirou para dizer isso?”, rebateu a fonte.

O veterano da luta de libertação nacional comentou, ainda, o ofício emitido pela ministra da Administração Estatal e Função Pública sobre os privilégios aos descendentes dos combatentes no acesso ao emprego no Estado.

Fernando Faustino disse que o desemprego preocupa todo o jovem moçambicano, e que o Governo está a procurar resolver o problema.

“No grupo dos jovens desempregados, temos os filhos dos combatentes. A nossa prioridade não é olhar só para os filhos dos combatentes, mas para todos, não vi o ofício, mas a minha preocupação é que filhos dos combatentes e de todos os outros moçambicanos tenham emprego, este é o objectivo principal”, disse.

 

VETERANOS DA LUTA DE LIBERTAÇÃO NACIONAL QUEREM VITÓRIA NAS ELEIÇÕES DE 2023

 

O secretário-geral da ACLLN reuniu-se com os seus colegas, este sábado, na Cidade de Maputo, para preparar e mobilizar os seus membros para as eleições autárquicas de 2023, com a pretensão de levar a Frelimo para mais uma vitória.

“Queremos ganhar Maputo e ganhar bem! Temos eleições em 2024, também queremos ganhar. Costumamos dizer que a vitória se prepara e se organiza. Estamos aqui para isso”.

A preparação do 12º Congresso da Frelimo esteve, também, entre os assuntos discutidos e, para Faustino, os combatentes devem ser os protagonistas do evento que se inicia a 23 de Setembro.

Segundo explicou, o protagonismo deve-se ao facto de terem sido eles os responsáveis pela criação da Frelimo, pela Luta de Libertação Nacional e pela independência do país, e a sua preocupação é ver a Frelimo crescer e o país também.

A lei dos combatentes foi outro assunto abordado pelos veteranos da luta armada, que queriam perceber o nível de implementação dos estatutos, sob o ponto de vista da pensão, dos projectos, da educação dos filhos, das cerimónias fúnebres, entre outros.

A visita de Fernando Faustino aos combatentes será feita em todo o país.

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos