O País – A verdade como notícia

Seca afecta 60 mil famílias em Inhambane

No povoado de Papatani em Mabote, a beleza do céu azul, contrasta com a imagem triste de Machambas sem vida que se vê em todas Machambas.

“O Pais" encontrou senhor António Mazive. Trabalhou 6 hectares de terra e plantou milho e amendoim. Sem chuva, sem sistema de irrigação, o senhor Mazive perdeu tudo que lançou na terra. E porque a agricultura é sua única fonte de renda, para ele a esperança foi a primeira a morrer.

Mas por lá, não só a comida está em falta. A água fica a 5km da sua casa, uma distância que é feita a pé todos os dias.

Há pessoas como o senhor Severiano que de carro, percorrem longas distancias, e tem a missão de carregar água para si e outras famílias com quem vive na mesma comunidade. Ele carrega diariamente 200 a 400 litros de água que partilha com as demais famílias.

Ainda em Papatani, encontramos a senhora Amélia Rafael que vive com a irmã e mais duas crianças. Sem nada na Machamba, elas até tentaram investir num negócio que entretanto não deu certo. A falta de alternativas é de tão grave, que ela nem sequer sabe o que vai comer no dia seguinte.

Se por um lado o futuro é uma incógnita, o presente é sombrio. Para hoje, a senhora Amélia e a irmã tem apenas uma tigela de cacana com xima, para o almoço que é a única refeição que passa por dia.

O distrito de Mabote é apenas um exemplo do drama que vivem as famílias afectadas pela seca em Inhambane. Ao todo, são cerca de 60 mil famílias afectadas pela fome, das quais 29 mil já tem assistência alimentar garantida pelo INGC e seus parceiros.

Segundo o delegado do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, Candido Mapute, além de comida, as famílias vão ainda receber sementes para produzir a próprio alimento, caso chova.

 

Partilhe

RELACIONADAS

+ LIDAS

Siga nos