Os observadores do processo eleitoral estão preocupados com o uso dos fundos alocados pela Comissão Nacional de Eleições aos partidos políticos para a realização da campanha eleitoral. A Sala da Paz diz não haver clareza sobre o uso do dinheiro.
Há mais de 30 dias que os partidos políticos saíram à rua para conquistar o eleitorado e, assim, garantir a vitória nas eleições gerais de 09 de Outubro. Ou pelo menos, deviam ter saído.
A Sala da Paz, que junta organizações da sociedade civil para a observação eleitoral, diz não sentir a presença de algumas formações políticas, à excepção de quatro.
“Para além dos quatro concorrentes à presidência da República, temos mais alguns partidos, como a Nova Democracia, em que em algum momento tem alguma aparição, mas aos demais, temos um questionamento em relação a transparência, tendo em conta que, a nível da Comissão Nacional de Eleições foi partilhada a informação de que todos os partidos políticos tiveram acesso ao financiamento e o que temos nos questionado, como observadores, é de que forma estão a ser usados estes fundos?”, questiona David Fardo, membro da Sala da Paz.
Em conferência de imprensa, cujo objectivo era apresentar o relatório sobre os primeiros 30 dias de campanha eleitoral, os observadores criticam o partido no poder, Frelimo, por usar meios públicos durante a campanha eleitoral e o envolvimento de funcionários públicos em actividades de campanha, referindo igualmente que persiste o uso de meios públicos.
A organização da sociedade civil denunciou também a participação de menores na campanha eleitoral e pede aos partidos políticos para que se abstenham de usar crianças nos seus eventos.
E, para evitar ilícitos eleitorais, a Sala da Paz apela às formações políticas a dominarem a lei eleitoral recentemente revista e aprovada pela Assembleia da República.