O Secretário Executivo da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), Elias Magosi, manifestou, esta terça-feira, em Maputo, a satisfação da organização com os avanços alcançados por Moçambique nas áreas da paz, segurança, comércio e desenvolvimento regional. As declarações foram feitas após um encontro de trabalho no Gabinete do Chefe do Estado.
Segundo Magosi, a audiência permitiu alinhar prioridades e identificar áreas em que a SADC pode apoiar Moçambique. “Então, eu estava discutindo com o Presidente Chapo essa visão de como nós pensamos
que a SADC pode progredir. Segundo, nós gostaríamos de apreciar algumas das prioridades que o governo e o Presidente querem perseguir e como a SADC, como uma região, pode apoiar Moçambique, pode apoiar o governo”, afirmou.
No domínio político, o Secretário Executivo destacou os passos positivos dados por Moçambique após as eleições gerais de 2024, apontando para o lançamento iminente de um processo considerado determinante. “Você vai notar que, imediatamente após as eleições, houve algum conflito e o Presidente até mesmo deu progresso, muito bom progresso. E eu acho que amanhã ele vai lançar um processo muito importante. Este é um passo na direcção certa e nós realmente enaltecemos o Presidente por isso”, disse.
O processo em causa é a fase de auscultação pública nacional e na diáspora sobre o diálogo nacional inclusivo, consensualizado entre o Governo e os partidos políticos, com a participação da sociedade civil, da academia e de vários estratos sociais.
Na vertente económica, Magosi salientou a necessidade de acelerar a integração regional através da facilitação do comércio, destacando a importância de eliminar barreiras e aprovar instrumentos regionais já existentes, como o protocolo de comércio e o Fundo de Desenvolvimento Regional, que contribui para a mobilização de recursos.
O responsável sublinhou que cabe aos Estados-membros ratificar instrumentos jurídicos regionais, entre os quais o referido Fundo de Desenvolvimento Regional, de forma a viabilizar projectos e apoiar países com menor capacidade financeira. Realçou igualmente o impacto positivo dos investimentos em corredores de transporte como os de Nacala e Beira, apoiados por instituições como o Banco Africano de Desenvolvimento e a Africa50.
“Mas, por trás de tudo isso, é a infra-estrutura que facilita o comércio. O Presidente já nos mostrou os progressos que estão fazendo nos corredores. Então, estes são bons desenvolvimentos que os países estão perseguindo para garantir que os pontos de fronteira funcionem”, referiu Magosi, salientando que corredores funcionais impulsionam a circulação de pessoas, mercadorias e capitais.
No capítulo da segurança, o Secretário Executivo destacou a relevância da estabilização da província de Cabo Delgado, onde o terrorismo continua a constituir um desafio. “Também é importante para nós que a área de Cabo Delgado seja estável, há terrorismo lá, nós precisamos contê-lo, nós enaltecemos o trabalho que o governo e o Presidente estão fazendo lá, incluindo os projectos que começaram lá, para garantir que estes projectos também facilitem a paz, mas também facilitam o desenvolvimento destas comunidades”, afirmou.
Magosi garantiu que a SADC vai manter o acompanhamento da situação em Cabo Delgado, recordando o papel da Missão Militar da organização (SAMIM). “Nós ainda estamos monitorando para garantir que Cabo Delgado esteja estável, porque se estiver estável, se o terrorismo for contido em Cabo Delgado, isso não afectará a região. Portanto, nós continuaremos a participar com Moçambique nisto”, concluiu.