A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) vai enviar uma equipa técnica, a Moçambique, para a avaliação das necessidades do país, no combate ao terrorismo, que há três anos afecta a zona norte da província de Cabo Delgado.
A decisão, classificada como de “carácter urgente” consta da declaração final da cimeira da dupla Troika da SADC, que esteve reunida na capital do país.
“A Cimeira da Dupla Troika decidiu formar e enviar imediatamente a Moçambique uma equipa técnica”, para a avaliação das necessidades de apoio na luta contra a violência armada no norte do país, disse a Secretária Executiva da SADC, Stergomena Tax, na apresentação da síntese da declaração.
A equipa, cuja composição, nem perfil dos integrantes foi revelada, deverá chegar ao país no próximo dia 15 de Abril corrente, e trabalhará, sobretudo, no chamado Teatro Operacional Norte.
“Tendo em conta a dimensão real da ameaça, a comissão estará cá de modo a ver que tipo de meios são necessário de modo a ter uma reacção proporcional ao nível da ameaça” resumiu a Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, numa breve interacção com a imprensa.
Como parte da decisão tomada nas sessões da Dupla Troika, cujas decisões eram aguardadas com enorme expectactiva, quer dentro, quer pelo mundo fora, dada a musculatura que vêm sendo exibida pelos terroristas, que só há duas semanas, destruíram várias infraestruturas públicas e privadas no distrito de Palma, e levaram a população a abandonar a vila, foi aprovada a constituição de uma equipa interministerial da organização regional para estudar o assunto.
De acordo com Tax, os resultados da avaliação serão submetidos à consideração de uma cimeira extraordinária da Dupla Troika convocada para o dia 29 do mês em curso, na cidade do Maputo.
Stergomena Lawrence Tax salientou que na cimeira de ontem, a SADC ressalvou que o terrorismo não tem lugar em Moçambique e na África Austral, devendo ser combatido de forma adequada.
“A cimeira manifestou solidariedade total e compromisso contínuo da SADC na luta pela paz e segurança na região”, resumiu Tax.
Por outro lado, os líderes da Dupla Troika repudiaram a barbaridade protagonizaram pelos terroristas em Cabo Delgado, solidarizaram-se com o país, no geral e frisaram que “não será permitida que a violência armada continue, devendo merecer uma resposta adequada”.
Esta expressão foi resumida na abertura do encontro, pelo presidente do Órgão de Política de Defesa e Segurança da SADC e Chefe de Estado do Botsuana, Mokgweetsi Masisi, que reiterou a necessidade de “uma resposta colectiva” contra os “ataques terroristas”.
“Os ataques terroristas no norte de Moçambique são uma ameaça a toda a região da África Austral e, por isso, precisamos de uma resposta colectiva”, declarou Masisi.
Participaram da Dupla Troika da SADC, o Presidente da República de Moçambique, actual líder em exercício da SADC, Filipe Nyusi, do Botswana, que preside o órgão de cooperação para Política, Defesa e Segurança, Mokgweetsi Masisi, do Malawi (que assume a próxima presidência rotativa da SADC), Lazarus Chakwera, da África do Sul (próximo presidente em do órgão de Política, Defesa e Cooperação de Segurança), Cyril Ramaphosa, do Zimbabwe, Emerson Mnangagwa, e, em representação da Chefe de Estado da Tanzânia esteve o Presidente do Governo da região autónoma de Zanzibar, Hussein Ali Mwinyi.