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Rússia diz estar disponível para negociar com Ucrânia

Foto: Notícias ao Minuto

As tropas russas entraram hoje em Kiev. Os militares ucranianos tentaram evitar a invasão, explodindo uma ponte, mas tal não foi suficiente para travar o inimigo. Emocionado, o Presidente ucraniano apresentou-se à Nação e lamentou que o país está sozinho perante a Rússia, mas não vai ceder. A Rússia já manifestou o desejo de se reunir com a Ucrânia.

As tropas russas avançaram esta sexta-feira até Kiev, capital da Ucrânia. Nas primeiras horas do dia, os blindados russos foram parados a poucos quilómetros do coração da Ucrânia pelos militares ucranianos, que na tentativa de evitar invasão explodiram uma ponte. Foi sol de pouca dura e o que se segui foram danos cujo impacto ainda está longe de ser mensurado.

O vice-ministro da Defesa da Ucrânia disse que o exército ucraniano estava a defender as suas posições em quatro frentes, apesar de estarem em menor número. Ao segundo dia de guerra na Ucrânia, o rasto de destruição já é bem notório.

O Presidente da Ucrânia revelou a morte de mais de 137 ucranianos, soldados e civis, no primeiro dia da invasão. A Rússia não reportou quaisquer baixas do seu lado, mas Volodymyr Zelensky anunciou perdas infligidas ao adversário, sendo seis helicópteros, mais de 30 tanques e 130 veículos armados.

Segundo o Presidente ucraniano, Moscovo está também a visar áreas civis durante as suas ofensivas. Contudo, em algum momento, a Rússia terá de falar com a Ucrânia para pôr fim aos combates.

“A Rússia terá de falar connosco, mais cedo ou mais tarde. Para falar sobre como parar os combates e travar a invasão. Quanto mais cedo esta conversa começar, menores serão as perdas para a própria Rússia”, disse.

Num discurso televisivo dirigido à Nação, Volodymyr Zelensky elogiou ainda o heroísmo ucraniano face ao avanço russo e saudou os protestos dos que estão contra a guerra.

“Quero dizer a todos os cidadãos da Federação Russa que saíram para protestar que nós os vemos. Significa que vocês nos ouviram. Significa que estão a começar a acreditar em nós. Lutem por nós. Lutem contra a guerra”, disse Zelensky.

Com lágrimas nos olhos, mas a tentar manter a compostura, foi assim que Volodymyr Zelensky se apresentou aos ucranianos, no final de um dia em que a Rússia invadiu o seu país natal.

O Chefe de Estado mandou uma mensagem clara ao Ocidente, lamentando que a Ucrânia está sozinha contra o exército russo.

“Quem está pronto para lutar connosco? Eu não vejo ninguém. Quem está pronto para garantir a adesão da Ucrânia à NATO? Todos estão com medo”, afirmou Zelensky, agradecendo pelas sanções aos países do Ocidente, mas na sua opinião ainda insuficientes.

O Presidente da China, Xi Jinping, quebrou o silêncio e apelou para que Kiev e Moscovo resolvam os seus problemas por meio de negociações, e sublinhou que Pequim respeita a soberania e a integridade territorial de cada Estados envolvido na guerra.

Por sua vez, Putin assegurou ao Presidente chinês que está disposto a dialogar com Kiev.

Entretanto, uma das consequências da guerra entre a Rússia e Ucrânia é fuga de milhares de civis para outros países, dos quais a Polónia. As Nações Unidas já calculam que pelo menos cinco milhões de pessoas podem fugir para o exterior.

Depois das sanções impostas por países como França, Reino Unido, Canadá e Nova Zelândia, mais líderes de vários prometeram agir da mesma forma. Os Estados Unidos da América e a União Europeia já endureceram as sanções anteriormente anunciadas.

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