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Revendedores de materiais inertes em Magoanine em braço-de-ferro com município

Foto: O País

Mais de 170 transportadores e revendedores de materiais inertes que desenvolvem as suas actividades nas proximidades da Praça da Juventude, em Magoanine, estão num braço-de-ferro com o Município de Maputo, que quer a sua remoção daquele local para dar espaço às obras de construção da terminal rodoviário e oficinas de transporte.

Removidos dos seus antigos locais de trabalho para darem espaço à requalificação da Praça da Juventude, em 2021, os mais de 170 vendedores informais de areia e pedra estão, agora, de frente com uma outra batalha. O facto é que o Município de Maputo decidiu, na última quinta-feira, voltar a precipitá-los no sentido de se retirarem do local onde foram colocados, para dar lugar a um projecto municipal que já vai atrasado.

Após três anos desenvolvendo as suas atividades no interior do recinto localizado nas proximidades da Praça da Juventude, que em tempos teria sido desqualificado como cemitério municipal, os informais foram dados apenas 48 horas para se retirarem do local.

“Com a falta de emprego que há no país, viemos neste negócio na vertente do tal auto-emprego que falaram que deveríamos abraçar, mas é incrível que as mesmas pessoas que nos orientaram a entrarmos nesta esfera, são as mesmas que hoje chegam para nos escorraçar, é lamentável.” lamenta Pedro Algi, vendedor e transportador de inertes.

Os homens dizem fazer a vida a meio a perseguições promovidas pelo governo municipal da cidade de Maputo, uma entidade responsável pela sua tranquilidade e dos seus negócios. “Nós também somos pessoas, não negamos as decisões do governo, só queremos que eles nos cedem um espaço para o desenvolvimento das nossas actividades”, reclama Rogério Langa um dos encarregados dos vendedores informais.

Aliás, antes do decreto para a retirada em menos de três dias, o Município de Maputo havia dado um prazo de uma semana para o efeito, e uma vez não respeitada a indicação, o director dos transportes municipais da capital, escalou o local, portado do decreto final.

O Conselho Municipal de Maputo diz não reconhecer os transportadores e revendedores de inertes uma vez que as actividades não são contempladas na postura municipal, e avisa que o reassentamento é também um plano provisório. Segundo o director de Mobilidade e Transportes, Nelson Massango, os vendedores estão a desenvolver actividades de forma ilegal, sem pagar nenhum imposto ao govero local.

“A cidade não foi feita para estaleiros, estes empreendimentos são desenvolvidos fora da cidade de Maputo. Se eles estão ali, o município abriu a mão por um tempo, na expectativa de estarem ainda a se organizar,” reagiu o representante do município.

Os visados afirmam que em 2021, logo após a sua retirada da Praça da Juventude, submeteram pedidos ao município para formalizar as suas actividades e indicar um outro local para exercerem as suas actividades, mas a edilidade nega ter recebido e diz que esta actividade não está prevista na sua postura.

O referido espaço reservado pelo governo municipal para os mais de 170 transportadores e revendedores de inertes, está localizado junto do quartel de Malhazine, ao longo da avenidas Lurdes Mutola, na zona do Missão Roque, onde os visados não negam mudanças, mas sugerem que o reassentamento englobe a todos, incluindo os que praticam a mesma actividade ao longo da avenida, para evitar a concorrência desleal.

Sábado é o prazo dado para estes vendedores saírem do local, uma vez que as obras de construção do terminal de transporte que já vai atrasado. A guerra entre este grupo e o Município de Maputo chega num momento em que o actual edil da capita do país afirma não fazer parte da sua agenda expulsar vendedores informais.

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