As negociações entre o Governo e o Fundo Monetário Internacional (FMI) tiveram uma pausa de uma semana devido às mexidas no Governo, mas já retomaram, revelou, hoje, ao “O País”, o representante residente do FMI em Moçambique. Mesmo assim, Alexis Meyer-Cirkel, continua confiante no fecho do dossier até Junho próximo.
Foi uma paragem que o FMI chama de técnica para dar lugar ao processo de troca do ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane por Max Tonela, mas que não compromete o prazo das negociações visando a retoma do financiamento directo ao orçamento de Estado, suspenso com a descoberta das dívidas ocultas da EMATUM, Proíndicus e MAM.
“O arcabouço de programa que estamos a discutir se mantém igual, independente da pessoa na liderança do Ministério”, sublinhou Alexis Meyer-Cirkel. Entretanto, o representante residente do FMI em Moçambique alerta que tudo depende de um acordo comum a ser alcançado entre as partes.
“Quando se chega a um acordo de programa entre a equipa do Fundo e o Governo, representado pelo Ministério da Economia e Finanças e o Banco de Moçambique, um documento extenso explicando a visão conjunta da situação e projecção macro-económica-fiscal é enviado para a aprovação do Conselho Executivo do FMI, no qual Moçambique também está representado. O Conselho Executivo, então, decide sobre a aprovação e logo em seguida a primeira tranche do financiamento é disponibilizada”, explicou Meyer-Cirkel.
Com a suspensão do apoio, em 2016, o Estado deixou de receber naquele ano dos parceiros de cooperação, incluindo o FMI, cerca de 10,9 mil milhões de meticais e só voltou a receber em 2020, do FMI e do Banco Mundial, um financiamento de cerca de 21 mil milhões de meticais sob forma de apoio directo ao orçamento para fazer face à COVID-19.