Se a alegria de estar no baloiço percorre a alma destas crianças, não se pode dizer o mesmo dos seus pais que a esta altura encontram-se numa aflição depois que a autarquia da Matola decidiu retirar as casas que estão no perímetro do muro de vedação do futuro aterro sanitário de Matlemele, para dar lugar a continuidade das obras, e atribuir novos terrenos em Gonlhosa para 26 famílias já identificadas.
A retoma acontece depois de sucessivas paralisações motivadas por manifestações de populares que reivindicavam indeminizações.
No terreno ouve-se o roncar da máquina que mistura o cimento, a areia, a pedra e a água para dar a estrutura de betão que promete mudar a vida de muitas famílias.
Um pouco por todo lado vê-se a destruição de várias estruturas incluindo casas pertencentes a comunidade.
A comunidade denuncia intimidações protagonizadas pela polícia. Para as autoridades municipais a construção do aterro sanitário de Matlheme deve prosseguir longe de qualquer tipo de aproveitamentos.
As designações nas paredes são o anúncio da demolição. Neste momento decorre a contagem de famílias que estão dentro da área do aterro para também serem reassentadas.