Em muitas casas por onde a equipe de reportagem do “O País” passou, havia reservatórios de água instalados em Torres, mas que de nada valem, pois há muito que o precioso líquido não consegue chegar nele.
Segundo Joaquina Bernardo, uma senhora residente do Bairro Muelé 1 que conversou connosco, ela conta que o fenómeno das restrições de água não é novo, havendo períodos em que a água sai uma ou duas vezes por semana e em casos mais graves, ficam mesmo uma semana sem que o processo líquido saia nas torneiras.
É o caso desta semana que agora chegou ao fim, pois a última vez que a água saiu, foi na segunda-feira, numa altura em que as pessoas precisam de água para se hidratar e refrescar.
Sem água nas torneiras, a solução passa por depender da boa vontade de outras pessoas noutras zonas.
Irene Matsovele, é outra pessoa ouvida pelo nosso jornal que conta que tem de sair da zona onde vive para uma outra para tirar água e pagar por cada recipiente de 20 litros do precioso líquido.
Dado o esforço físico que tal situação exige, ela só consegue ter no máximo 3 a 4 latas de água, tendo de usar com muitas limitações, dada a pouca disponibilidade que é pouca.
Tendo de pagar para ter água para beber e cozinhar, as outras necessidades com o precioso líquido, como banho, lavagem de roupa, são, para já, colocadas de lado.
É que faltando água, a pouca que conseguem é servir prioritariamente para cozinhar e beber, sendo que para a higiene pessoal há pouca água e não há nenhuma para lavagem de roupa.
As restrições de água verificam-se com maior gravidade em alguns quarteirões dos bairros Chamane, Marrambone, Muelé 1 a 3 e Malembwane, sendo que nos restantes bairros o período em que ficam sem água é mais curto.
O “O País” contactou a Empresa Águas da Região Sul, AdRS para obter um esclarecimento sobre o assunto. Sem gravar entrevista, uma fonte da empresa garantiu à nossa equipe de reportagem que há já um trabalho em curso para garantir o precioso líquido aos residentes de bairros que sofrem gravemente com restrições.