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Reprovações em massa marcam os exames do ano passado em Maputo

Foto: O País

Quase metade dos alunos foi reprovada nos exames da 10ª classe na Cidade de Maputo. Na Província de Maputo, 30% dos examinados não conseguiram passar nas provas. Os gestores escolares e direcções de Educação dizem que a fraca aprendizagem durante a COVID-19 pode ser uma das causas das reprovações massivas.

As pautas afixadas nas escolas já davam o alerta. Os resultados dos exames finais do ensino secundário geral na Cidade e Província de Maputo deixam a desejar.

E a 10ª classe é em que as reprovações massivas mais se manifestaram. Na Secundária da Matola, foram avaliados 2036 alunos da 10ª classe, dos quais 890 foram reprovados.

O tempo que passou desde a divulgação dos resultados permitiu aos gestores escolares avaliarem as possíveis causas, e as aulas online durante a pandemia da COVID-19 podem estar no topo delas.

“Estávamos a começar um modelo em que os alunos aprendiam no formato híbrido a partir de casa e pouco se ia à escola. Então, esta pode ser indicada como uma das causas para essa ligeira descida a nível da Província de Maputo”, disse José Luís, porta-voz da Direcção de Educação na Província de Maputo.

Ainda na Província de Maputo, a Escola Secundária da Liberdade não teve cenário muito diferente. Foram submetidos ao exame 1819 alunos, dos quais 600 foram reprovados. Mais uma vez, a culpa vai para a COVID-19.

Na Cidade de Maputo, o cenário foi mais grave. Foi submetido ao exame um total de 31 640 alunos e apenas 18 022 passaram de classe. Ou seja, 42,4% dos alunos da 10ª classe – quase metade – na capital foram reprovados.

O director de Educação da Cidade de Maputo associa o impacto da COVID-19 ao facto de os alunos terem passado automaticamente na 8ª e 9ª classes.

“Por conta da pandemia, os alunos passaram da 8ª para a 9ª classe automaticamente. Só retomamos a normalidade a partir do segundo trimestre do ano passado”, avançou Artur Dombo.

Já os gestores escolares falam de outros constrangimentos. A directora da Escola Secundária da Matola, Elsa Silvestre, disse haver relatos de que a prova foi mais longa em relação à dos anos anteriores. “Acredito que foram novas estratégias, vamos melhorar na reformulação de questões para que este ano de 2023 tenhamos o resultado desejado”, garantiu.

São apenas suposições, por isso as direcções de Educação da Província e Cidade de Maputo prometem investigar o assunto.

O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano ainda não tem os resultados finais dos exames do ensino secundário. Contactado na última quinta-feira pelo jornal O País, a instituição afirmou que ainda estava a recolher dados a nível nacional.

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