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Registados 189 casos de tuberculose nos estabelecimentos penitenciários no primeiro trimestre de 2023  

O Serviço Nacional Penitenciário (SERNAP) rastreou, no primeiro trimestre do ano em curso, 7 639 reclusos, tendo sido diagnosticados 189 novos casos de tuberculose. Dos casos notificados, 10 de multidroga resistente.

São números que, segundo Filimão Suazi, vice-ministro da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, continuam a preocupar o Serviço Nacional Penitenciário, porque há cada vez mais casos de tuberculose nos estabelecimentos penitenciários.

“Em 2022, o SERNAP rastreou 11 001 reclusos e, destes, foram notificados 327 novos casos de tuberculose, dos quais 11 são tuberculose multidroga resistente, sendo quatro no Estabelecimento Provincial de Maputo e dois nos estabelecimentos provinciais de Gaza e Nampula e um no Estabelecimento Regional Centro”, disse Suazi.

De acordo com o vice-ministro da Justiça, estas cifras exigem aplicação de mais esforços da parte dos funcionários e de todos os intervenientes na saúde penitenciária para a implementação de medidas de prevenção e controlo da tuberculose nos estabelecimentos penitenciários.

A informação foi reiterada pelo ministro da Saúde, Armindo Tiago, que, na ocasião, reforçou a ideia de um trabalho colectivo, até porque os prisioneiros fazem parte dos grupos de maior risco, pelo facto de passarem muito tempo em locais fechados, com pouca ventilação e superlotados.

Os dirigentes falavam esta quarta-feira, no lançamento da campanha “Cuidados Integrados nas Penitenciárias de Moçambique: abordando a Tuberculose e outras Doenças”, projecto Saúde nas Cadeias, para rastreio desta e outras, como HIV/SIDA e sífilis.

A iniciativa da Health Through Walls será implementada de 17 a 21 meses, inicialmente, em três cadeias da Cidade e Província de Maputo, nomeadamente, Estabelecimento Penitenciário Especial de Máxima Segurança da Machava – vulgo B.O., Estabelecimento Penitenciário Provincial de Maputo, vulgo Cadeia Central, e Estabelecimento Penitenciário Preventivo da Cidade de Maputo.

“Nós podemos acabar com a tuberculose através de intervenções centradas na pessoa, diagnósticos e tratamento correcto dos pacientes, além da oferta do tratamento preventivo da tuberculose para todos os casos elegíveis, incluindo a população que se encontra nas cadeias do país”, disse Armindo Tiago.

Para a campanha, foi disponibilizada uma máquina de Raio-X, que faz a leitura por inteligência artificial, há ainda uma e há médicos disponíveis para fazer o rastreio e diagnóstico das doenças.

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