Está num nível crítico a liberdade de imprensa no país, considera o MISA – Moçambique. De acordo com a organização, em 2024, foram registados 34 casos de transgressões, com destaque para o aumento de violações a jornalistas.
O ano de 2024 foi marcado por vários atropelos à liberdade de Imprensa, em parte devido ao processo eleitoral, considera o Misa-Moçambique. Na sua maioria, os casos foram registados na cidade de Maputo. Confisco de material de trabalho, uso abusivo da força, impedimento de cobertura de eventos públicos, são algumas das violações.
“No ano passado registamos uma subida do número de casos, tendo em conta que em 2023 registamos 28, em 2024 foram 34 casos. Parte dos casos estão ligados às manifestações pós-eleitorais e envolvem a PRM e agentes do SISE. Um fenómeno que cresceu no ano passado foi o de confisco de material, sejam telemóveis, câmaras profissionais e depois arrancar a memória de modo a extrair o conteúdo. Em todas as situações houve tentativa de usar a força para exercer a censura”, disse Ernesto Nhanale, director executivo do Misa.
Os dados constam do Relatório sobre o Estado da Liberdade de Imprensa e da Desinformação em Moçambique em 2024, publicado, esta terça-feira, pelo MISA.
Tais violações, segundo a organização, limitam o exercício da actividade jornalística.
“O jornalista identifica-se aqui em Moçambique através do crachá emitido na sua instituição. A mesma é reconhecida e tem licença do estado moçambicano para praticar o jornalismo. Houve muitas artimanhas para limitar o trabalho do jornlsita”, explicou Nhanale.
De acordo com o relatório, o estágio actual da liberdade de imprensa em Moçambique é crítico, devido às sucessivas ameaças ao exercício pleno da actividade.
“No facebook e whatsapp circulavam mensagens de ódio e de ataque contra jornalistas, vimos como as autoridades não estão preparadas, seja sob ponto de vista comportamental, técnico da própria polícia, que foi capaz de deitar fogo contra jornalistas”.
Na publicação do relatório em Maputo, participaram jornalistas, que pedem acções urgentes para acabar com as violações à liberdade de imprensa.