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Recupera confiança no indicador do emprego

O indicador de perspectiva de emprego interrompeu em Outubro último, a trajectória descendente, que se registava desde o mês de Maio, indica o Instituto Nacional de Estatística (INE).

A performance positiva nos sectores da produção industrial, construção, transportes e ainda de alojamento e restauração, ditaram a recuperação da confiança dos moçambicanos no indicador de emprego em Outubro, interrompendo, deste modo, a série negativa que se registava nos cinco meses anteriores.

No décimo mês do ano, segundo o INE, o indicador de confiança do sector de produção industrial que inclui os serviços de distribuição de electricidade e água mostrou sinais de recuperação ao aumentar ligeiramente, interrompendo o ciclo desfavorável que vinha registando nos últimos meses.

O aumento da confiança neste sector resultou, da redução generalizada de todos componentes do indicador síntese do sector, com maior saliência para a perspectiva de emprego e actividade actual que se expandiram relativamente ao mês anterior.  

Em linha com o indicador síntese do sector, o volume de negócios da actividade em análise aumentou, levando os stocks nos armazéns industriais a serem avaliados como estando abaixo do normal, refere o INE.

Cerca de 37% das empresas deste sector teve constrangimentos no período em análise, o que representou 3% de diminuição de empresas com constrangimentos face ao mês anterior, alinhando-se assim com o indicador síntese do sector.  

Vários factores continuaram a afectar o sector de produção industrial, de electricidade e água, destacando-se, a falta de matéria-prima (22%), a concorrência (21%), a falta de acesso ao crédito (15%) e os outros factores não especificados (16%), como obstáculos mais importantes.

No geral, este comportamento influenciou, igualmente, o clima económico das empresas no período em análise, segundo o INE.

Concretamente, a confiança dos empresários na economia moçambicana, expressa pelo Indicador do Clima Económico (ICE), interrompeu a trajectória descendente que vinha registando desde o mês de Maio de 2018, tendo mesmo assim o respectivo saldo continuado abaixo da média da respectiva série cronológica.

Essa recuperação do ICE, que foi em ritmo ténue contou com os contributos das perspectivas de emprego e da procura que aumentaram ligeiramente no mesmo mês de referência.

Em termos sectoriais, a conjuntura favorável da economia no mês de Outubro decorreu da apreciação positiva de todos sectores alvos do inquérito, excepto o sector de construção que inclui as obras públicas que registou uma avaliação negativa.

Em média, 31% das empresas inquiridas enfrentaram algum obstáculo no mês de Outubro, situação que representou um aumento de 1% de empresas com limitação de actividade face ao mês anterior, facto contrário com o estágio do indicador de clima económico que também aumentou no mês em análise.

O ligeiro incremento de empresas com limitação de actividade foi influenciado, principalmente, pelos sectores de construção, da produção industrial e de alojamento e restauração que viram mais de 30% das suas empresas afectadas por algum obstáculo no desempenho normal das suas actividades no período de referência. Em contrapartida, os sectores do comércio, de transportes e dos outros serviços não financeiros apresentaram menos de 30% das empresas com alguma limitação de actividade.

MENOS ENCOMENDAS NA CONSTRUÇÃO

Em Outubro, o indicador de confiança empresarial do sector de construção e obras públicas registou uma diminuição ligeira face ao mês de Setembro, confirmando assim o perfil oscilatório que se regista desde o mês de Maio do corrente ano.

O INE aponta que essa diminuição ligeira da confiança foi influenciada pela diminuição profunda da carteira de encomendas e das perspectivas do volume de negócios, facto que suplantou o emprego futuro que foi avaliado favoravelmente no mesmo período em análise.   

Em linha com o indicador síntese do sector, a actividade actual, num período que a perspectiva de preços foi também de descida.

Cerca de 40% das empresas do sector sofreram no mês em referência alguma limitação no desempenho normal da sua actividade, o que representou 7% de aumento de empresas em dificuldades face ao mês anterior.    

Os principais obstáculos do sector continuaram a ser a baixa procura (30%), a falta de acesso ao crédito (17%), as condições climatéricas desfavoráveis (15%) e os outros factores não especificados (32%) em ordem de importância.

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