A África do Sul reabriu duas fronteiras terrestres com Moçambique, nomeadamente Ressano Garcia e Ponta d’Ouro, na província de Maputo, esta segunda-feira. Perante incertezas sobre o impacto da decisão na situação epidemiológica no país, a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, diz que Moçambique nunca fechou as suas fronteiras e deve-se reforçar a vigilância para evitar aumento de infecções pela COVID-19.
A ligação terrestre entre Moçambique e África do Sul, através das fronteiras de Ressano Garcia e da Ponta do Ouro, ambas na província de Maputo, foi reestabelecida ontem, na sequência da decisão do Executivo de Cyril Ramaphosa de reabrir os principais postos de fronteiras terrestres depois do país registar redução de casos de infeção pelo novo Coronavírus.
Numa altura em que as autoridades moçambicanas ainda não se tinham pronunciado sobre a posição que o país iria tomar perante a reabertura de fronteiras por parte de uma das nações africanas com maior número de infecções, Verónica Macamo esclareceu, esta segunda-feira, que a reabertura do lado sul-africano significa, automaticamente, a reactivação da fronteira do lado moçambicano.
“Não foi Moçambique que fechou a fronteira no início, foi a África do Sul. O que nós estamos a garantir é que o protocolo [entre países] seja escrupulosamente cumprido para que as pessoas que venham da África do Sul com os testes feitos. Ao chegarem aqui [no país] também façam os testes”, disse Verónica Macamo, detalhando que se “deve cumprir as normas de prevenção” para evitar a propagação da pandemia.
São essas normas que, de acordo com a ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, deverão garantir que a decisão não agrave a situação epidemiológica em Moçambique.
“O grande problema que nós temos, neste momento, é garantir que o que está nos vizinhos não nos venha como sobrecarga para aquilo que nós já temos” como problema. E isso significa “não encerrar fronteiras com a África do Sul, mas garantir que as pessoas que venham da África do Sul não possam exacerbar os problemas que nós já temos”, terminou a ministra.
A reabertura das duas fronteiras acontece num contexto em que a África do Sul conta com 1.4 milhão de infecções, das quais cerca de 50 mil óbitos, influenciados por uma nova variante da doença, que está presente em território nacional desde Novembro do ano passado.