Mais de 150 empresários foram raptados e cerca de 100 já abandonaram o país, do ano 2012 a esta parte, revela a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA). Por isso, os “patrões” exigem do Governo medidas enérgicas.
Os empresários já não sossegam devido ao recrudescimento dos raptos no país, diz Pedro Baltazar, presidente do pelouro de segurança e protecção na CTA. “No âmbito do fenómeno dos raptos contra os empresários em Moçambique, a CTA tem desencadeado a advocacia em prol da sua eliminação, desde as primeiras ocorrências. No mesmo âmbito, e quadro do diálogo público-privado estabelecido, com vista a dar uma melhor atenção à advocacia contra os raptos, criámos o Pelouro da Segurança e Protecção Privada, que, entre outras matérias, tem dialogado incansavelmente e a diversos níveis”.
Baltazar diz que “junto dos nossos associados, temos auscultado de forma permanente sobre as melhores abordagens para a erradicação deste mal, entre as recomendações saídas dos referidos processos de auscultação, que partilhamos também com o Governo. Os nossos membros, a comunidade empresarial no seu todo, têm estado a exercer pressão, para que possamos tomar medidas radicais para pressionar o Governo. Vocês próprios já ouviram que os empresários, várias vezes, ameaçaram paralisar a actividade comercial. Como líderes, temos estado a gerir estas pressões. O Governo é nosso parceiro e é por isso que optamos pelo diálogo. Em algum momento, podemos não conseguir segurar esta pressão”.
E face ao aumento de casos, a Confederação das Associações Económicas diz ter partilhado com o Governo recomendações para acabar com os raptos.
“A CTA tem estado, ainda, a partilhar com a imprensa, nos comunicados anteriores, os impactos negativos que este fenómeno tem causado na economia, e passados cerca de 12 anos desde a ocorrência do primeiro rapto, achamos que é tempo suficiente para que o Governo se posicione de forma mais pragmática e dar um ‘basta’ a este mal”.
Eduardo Sengo, director-executivo da CTA, considera que o envolvimento de membros das Forças de Defesa e Segurança nos raptos inibe os empresários raptados de colaborarem com as autoridades, e é por isso que os empresários exigem um posicionamento claro do Governo. “A colaboração do empresário vai ser cada vez maior no esclarecimento do que está a acontecer na prestação de informação, como tem estado a exigir o Ministério do Interior”.