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Ramadane Matusse estreia “Sobre toda escuridão” no Avenida  

Foto: STE

Na próxima quinta-feira, às 18 horas, no Teatro Avenida, em Maputo, Ramadane Matusse vai estrear “Sobre toda escuridão”, adpatação do original de Mélio Tinga. O espectáculo teatral também será exibido, no mesmo espaço, nos dias  1, 2, 7, 8, 9, 14, 15 e 16 de Novembro.

Depois da morte inesperada da mulher, um homem imerge numa profunda depressão. Entre memórias e alucinações, a personagem tenta encontrar uma nova forma de vida. No entanto, à medida que as lembranças se intensificam, o protagonista vê-se diante de uma escolha difícil. Essencialmente, esta é a  sinopse do espectáculo teatral “Sobre toda escuridão”, com direcção de Ramadane Matusse.

Com a participação de Maria Auzenda e Paulo Jamine (actores), Francisca Minine (dança), Gerson Mbalango (design de som) e Fernanda Muhambe (cenografia), o espectáculo surge como resultado de um desafio dado ao director. “Já existia a ideia de levar [o texto] para o teatro, e eu surgi como solução para a materialização do projecto. Depois de receber o livro e tê-lo lido, apaixonei-me pela escrita do autor, a forma como este trata as palavras e a maneira como descreve os vários episódios desta trama”. Assim, acrescenta Ramadane Matusse, a cada capítulo do livro foi vislumbrando as possíveis formas de adaptar o texto que tem um carácter intimista, com a depressão no centro dos eventos nucleares.

Ramadane Matusse começou a trabalhar no projecto em Junho, o que lhe permitiu, muitas vezes, pensar profundamente na seguinte questão existencial: “Para que é a vida?”

Sem respostas categóricas, Matusse compreendeu a necessidade que Homem deve ter de prestar e dar mais atenção às pessoas à sua volta, sem nunca corromper a verdade. Por via da instropecção, a preparação do espectáculo tornou-se um processo terapêutico, tanto para si, como para os actores.

Com efeito, a partir do enredo de “Sobre toda escuridão”, o director do espectáculo e os actores esperam levar os espectadores a uma imersão em outros planos emotivos, muitas vezes evitados. “Queremos partilhar, em uma hora [duração do espectáculo], um pouco da nossa sensibilidade, um pouco do resultado de dias, semanas e meses de trabalho, de partilha do nosso eu. Queremos que as pessoas reflictam em torno da saúde mental”, afirmou Ramadane Matusse.

Referindo-se, particularmente, à adaptação, Mélio Tinga referiu que a sua convicção é que o texto literário, em si, não termina. Pelo contrário, sempre precisa de um elemento que o amplie ou amplifique. Dependendo do contexto, pode ser o leitor, o músico ou o actor a fazê-lo. “Aprecio este diálogo e, no caso desta peça, o encenador mostrou-me que o texto nunca é completo, pleno, mostrou-me a face não visível na escrita, interpretando a partir, também, da sua visão do mundo e do problema global que é a depressão da perda”, disse o escritor.

Os ingressos para o espectáculo “Sobre toda escuridão” podem ser adquiridos na Catalogus, no Camões – Centro Cultural Português, na Sabura e no Teatro Avenida.

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