Moçambique e Quénia querem explorar ainda mais as oportunidades de negócios que existem nos dois países. Os quenianos, por exemplo, gostariam de usar as terras moçambicanas para produzir comida para o continente inteiro.
Os ministros dos negócios estrangeiros de Moçambique e Quénia mantiveram, ontem, um encontro no contexto da preparação da visita do Presidente queniano a Moçambique, que começa hoje.
No mesmo contexto, juntaram-se delegações dos dois países numa comissão mista. É a segunda vez que uma comissão mista de Moçambique e Quénia se reúne. A primeira foi há mais de 10 anos em Nairobi, capital queniana.
Nesta, fez-se a avaliação da implementação dos acordos da primeira reunião. São dois países que têm relações comerciais muito baixas, mas entendem que poderiam ser mais. “Entendemos que os dois países têm muitas potencialidades por explorar, exortamos as equipas das duas delegações que façam de tudo para que exploremos essas potencialidades”, expressou Verónica Macamo, ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação de Moçambique.
Já o homólogo queniano diz que essa exploração de potencialidades deve ser feita num nível maior, envolvendo princípios maiores do que financeiros. “Precisamos de reavivar o pan-africanismo. Sabem que somos um continente de 1,4 mil milhões de pessoas. Isso significa um enorme mercado e muito dinheiro.
Há pessoas que vêm fazer dinheiro em África e, nós, africanos, não fazemos isso no nosso próprio continente”, disse Afred Mutua, ministro dos Negócios Estrangeiros do Quénia.
Novas minutas foram assinadas. Com elas, ficam criadas as bases para novos acordos entre os dois países, principalmente no contexto da visita presidencial que inicia esta quinta-feira. Estas duas delegações fizeram trabalhos mais técnicos e partilharam informações sobre as potencialidades. “Fomos também informados de que têm larga potencialidade para agricultura e os quenianos são muito empreendedores e gostaríamos de ver como podemos colaborar e produzir comida, não só para Moçambique, mas para África”, realçou Mutua.
Para a chefe da delegação de Moçambique, há uma outra ilação importante a tirar: “Temos de aumentar o nível de implementação dos acordos da primeira comissão mista”.
O encontro contou com a presença de altos funcionários dos ministérios dos Negócios Estrangeiros dos dois países.