Quelimane assinalou esta sexta-feira 78 anos de elevação à categoria de cidade. A data assinala-se numa altura em que a edilidade liderada por Manuel de Araújo aposta na construção de infra-estruturas sociais, com destaques para as vias de acesso.
Foi inaugurada, por ocasião da efeméride, a Avenida Joaquim Maquival, que liga os bairros Floresta, Acordos de Lusaka e Coalane. A via, revestida com asfalto, tem uma extensão de dois quilómetros. Para a sua construção investiu-se 17 milhões de meticais.
O edil Manuel de Araújo destacou o facto de os munícipes de Quelimane, estarem a colaborar nas medidas de prevenção da COVID-19.
Por sua vez, o governador da Zambézia, Pio Matos indicou, disse que Quelimane está a desenvolver e os munícipes colaboram nesse sentido.
A cidade de Quelimane, hoje com mais de 400 mil habitantes, está localizada ao longo dos rios bons sinais, cerca de 20 km do oceano indico. É geograficamente limitado pelo distrito de Nicoadala, a noroeste, e a sul pelo distrito de Inhassunge. Por causa da sua localização geográfica, a pesca é uma das suas principais actividades económicas.
Aquando da chegada dos portugueses, por volta de 1498 a Moçambique, Quelimane já desempenhava um importante papel comercial, mas somente em 1530 foi ocupada pelos portugueses.
Em 1763, Quelimane foi criada como vila, tendo sido elevada à categoria de cidade a 21 de Agosto de 1942, sob diploma ministerial número 1/42. Após a independência nacional, foi denominada com categoria de cidade de nível “C”.
Quelimane possui, actualmente, cinco postos administrativos e 59 bairros. É, administrativamente, um município dirigido por um governo localmente eleito.
Consta que Vasco da Gama, por volta dos anos 1496, na sua viagem à Índia passou por Quelimane. E vendo, na altura, a vila de Quelimane, terá dito que estava com bons sinais a caminho daquele país asiático. Daí surgiu o nome “rio dos bons sinais”.
Já nas margens do rio, reza a história, Vasco da Gama teria visto com grupo de pessoas a trabalhar a terra. Um capataz, vendo a embarcação na qual seguia Vasco da Gama iria atracar, chamou atenção aos seus colegas, em língua local chuabo, Kalimany Kalimany, ou seja continuem a trabalhar. E Vasco da Gama ouvindo isso pensou que este fosse o nome do local onde se encontrava daí a designação de Quelimane.
Há muita história em volta da cidade. Uma delas está relacionada com uma árvore bastante antiga, localizada ao longo da Marginal de Quelimane.
Há relatos de que até Vasco da Gama pisou aquele local. Grandes cerimónias tradicionais já foram ali feitas. No passado, produtores evocavam lá os espíritos para a queda da chuva.
A catedral velha, construída entre os anos 1776 a 1786, é outro local histórico da cidade de Quelimane. A infra-estrutura tem mais de dois seculos de existência e foi proclamada monumento nacional a 03 de Agosto de 1943. A sua história está intrinsecamente ligada à história da Zambézia, em particular a cidade de Quelimane.
Naquele monumento histórico, encontram-se depositados cerca de seis restos mortais de algumas figuras importantes ligadas à história da Igreja Católica daquela altura.
O supermercado Monteiro e Giro, ligado ao Hotel Chuabo, são outros locais que marcam a história da cidade,
Para além da actual catedral, construída ano após a independência nacional, a Paróquia da Sagrada Família, o Mercado Central, edifício onde funciona o Governo Provincial da Zambézia, fazem parte da longa trajectória da cidade onde a bicicleta continua a ser o principal meio de transporte dos seus munícipes