O rio Rovubué começou a transbordar na madrugada de sexta-feira (08.03), tendo afectado o distrito de Moatize e quatro bairros da cidade de Tete.
O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades, INGC, resgatou 616 famílias e neste momento está a ser montado um centro de acomodação no Instituto Industrial de Matundo para albergar a população.
No terreno, as notícias não são boas, pois há relatos de famílias sitiadas nalgumas zonas, onde o acesso é difícil, seja por via de embarcações ou rodoviária. Melhor levantamento será possível depois do sobrevoo de uma equipa técnica do INCG e do Governo de Tete, mas o helicóptero que será usado devera chegar da Zambézia, outra frente de emergência, mas devido ao mau tempo que se regista naquela província o aparelho ainda não partiu, o que deixa cada vez mais as pessoas afectadas em risco com a demora na intervenção.
O céu está nublado em muitos pontos da província de Tete. Pelo menos na capital provincial o tempo está bom, não cai chuva. A água que fez o rio transbordar vem do vizinho Malawi e dos distritos de Tsangano e Angónia, parte alta de Tete, onde regista-se chuvas fortes. O rio Rovubué escoa as águas até ao rio Zambeze que atravessa a cidade de Tete.
Até ontem havia seis pessoas desaparecidas, um casal foi resgatado e quatro continuam por localizar, não se sabendo se estão vivas ou não.
“Neste momento o rio está a baixar. Isso significa que nas próximas horas, à medida que as casas vão ficando livres da água, vamos retomar o nosso trabalho no sentido de devolver a população para casa. Aqueles que tiverem as casas totalmente destruídas vamos criar algumas condições com tendas”, disse Paulo Auade, governador da província de Tete, depois de visitar a população afectada no centro de acomodação de Matundo.
Entretanto, no Norte do país, está suspensa a circulação de comboios na linha Cuamba-Nampula, devido à erosão do solo registada a oito quilómetros de Cuamba, no Niassa, como consequência da chuva forte, o que deixou a linha férrea exposta.
“Neste momento suspendemos o serviço de passageiros no troco Nampula-Cuamba e a nossa equipa está a trabalhar a todo o vapor no sentido de fazer a reposição o mais rápido possível. Espero que a chuva abrande um pouco, se tudo correr assim esperamos até domingo termos a linha reposta”, esclareceu Sérgio Paúde, porta-voz do Corredor de Desenvolvimento do Norte, empresa concessionária do corredor ferroviário do Norte de Moçambique.