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Putin explica-se nos BRICS sobre guerra na Ucrânia

Foto: O Antagonista

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse, ontem, que o grande culpado da guerra na Ucrânia é o ocidente que, movido pela vontade de preservar a hegemonia, está a patrocinar a guerra. Neste momento, Putin garante que tudo está a ser feito para que o conflito tenha fim.

Os trabalhos da 15ª sessão dos BRICS até começaram na terça-feira, com o fórum de negócios, mas a abertura oficial foi feita ontem pelos Chefes de Estado dos cinco países-membros. Cada um dos líderes foi focalizando o discurso no que mais é do seu interesse.

Vladimir Putin não teve como participar no encontro e mandatou o seu ministro dos negócios estrangeiros, Sergey Lavrov, mas a intervenção fê-la pessoalmente, ainda que de forma virtual. Falou da guerra na Ucrânia, disse que é patrocinada pelo ocidente, que quer manter a sua hegemonia, e explicou o que está a acontecer agora no campo de operações.

“As nossas acções na Ucrânia são guiadas por uma coisa apenas, dar o fim a uma guerra que foi criada pelo ocidente contra as pessoas em Donbass. Nós agradecemos aos nossos colegas do BRICS que tomam uma parte activa para colocar fim à situação e uma resolução pacífica”, reconheceu Putin.

Entre os líderes presentes está Lula da Silva, recentemente reeleito à presidência do Brasil. Uma das suas bandeiras é a necessidade de se criar uma frente de paz que possa negociar tanto com a Rússia, assim como com a Ucrânia.

Mas não é a única preocupação que Lula apresenta nesta sua volta à governação do Brasil. Tem estado a ser um polo forte de cooperação entre os países do sul global, por isso é que desta vez também falou muito da preocupação que tem com a exploração dos recursos naturais desses países.

“Os nossos recursos não podem ser explorados para o benefício de poucos, mas valorizados e colocados ao serviço de todos, sobretudo das populações locais. Para que as promessas feitas pelos países ricos se tornem reais, o financiamento climático e da biodiversidade deve ser novo e adicional ao financiamento ao desenvolvimento. Precisamos de um sistema financeiro internacional que, em vez de alimentar as desigualdades, ajude os países de baixa e média renda a implementar mudanças estruturais”, disse Lula, explicando que isso só terá lugar se as instituições do Bretton Woods tiverem representatividade nos seus fundos climáticos.

Já a China, país destacado em matérias de digitalização, chama os seus parceiros para que se tenha atenção à chegada de uma nova ferramenta. “A inteligência artificial é uma nova fronteira do desenvolvimento e pode gerar enormes dividendos de desenvolvimento, mas também traz riscos e desafios. Cinco países concordaram em lançar o grupo de estudo do Instituto dos BRICS para as futuras redes de trabalho. Temos de habilitar o grupo a jogar o seu papel completo para a expansão da cooperação tecnológica e partilha de informação. Temos de, conjuntamente, pensar sobre os riscos e desenvolver um quadro de trabalho para os Governos”.

Há mais de 40 Chefes de Estado e de Governo convidados para esta cúpula e que vão participar na sessão alargada desta quinta-feira. Espera-se que, hoje, Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique, faça uma intervenção.

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