Terminou, esta segunda-feira, o 10º Festival Nacional da Cultura que vinha decorrendo desde a passada quinta-feira em Niassa. O festival, que levou mais de três mil artistas de todas as províncias do país, decorreu na cidade de Lichinga, na Vila Municipal de Metangula e na vila de Chimbonila. A cerimónia de encerramento foi dirigida pelo primeiro-ministro, Carlos Agostinho de Rosário, que destacou a importância do evento para a reafirmação da identidade cultural nacional e a promoção da unidade nacional.
“Durante cinco dias, o rufar dos tambores, o bailar dos artistas, o sabor da gastronomia, o requinte das obras de arte, da poesia, do canto, da dança, da moda e da exibição do Nyau e da Timbila, aqueceram os dias de inverno tropical destas terras altas dos Matakas. Foi neste ambiente festivo que Moçambique demonstrou, mais uma vez, a unidade do seu povo através da exibição do seu rico e diversificado Património Cultural. É nossa convicção que a realização deste tipo de eventos cristaliza a visão de consolidação da Unidade Nacional e promoção do espírito patriótico do povo moçambicano, disse o governante que saudou a província de Niassa pela forma como organizou o evento, apesar das dificuldades que enfrenta e que o país no seu todo com a crise económica. “Tendo em conta o que se podia esperar para uma província que tem as dificuldades que tem, teve logo três mega-eventos, em Matchedje os 50 anos do segundo Congresso da Frelimo, a Visita Presidencial e este evento, os três juntos, eles foram capazes de organizar estes eventos com muita classe, por isso, a população de Niassa está de parabéns e tem esperança de crescer mais”, disse.
Para Carlos Agostinho do Rosário, Niassa mostrou ainda que está em condições de receber grandes eventos até porque não precisou de receber grandes reforços de outras províncias para organizar o festival, que para o primeiro-ministro a província provou que, em termos organizacionais, está mesmo ao nível de outras províncias como Maputo, Nampula entre outras.
A partir do festival de Niassa, o Primeiro-Ministro quer que o sector privado possa investir cada vez mais na indústria criativa de modo a que a cultura seja igualmente geradora de renda para os artistas e faça com que estes contribuam para o desenvolvimento económico do país.
O governante destacou ainda que o Governo precisa trabalhar um pouco mais na componente de infra-estruturas para colocar a Niassa na rota de desenvolvimento tal como as outras, principalmente em relação às estradas que possam a ligar às restantes províncias bem como aos países com que faz fronteira, nomeadamente Malawi e Tanzânia, bem como a melhoria da qualidade de energia eléctrica para que o seu potencial possa se transformar num real desenvolvimento. Aproveitou a ocasião para anunciar uma boa nova para os residentes de Lichinga que é a reabilitação de 14 quilómetros de estradas da cidade até ao final do presente ano, pois quase todas encontram-se em estado de degradação acentuada.
Maputo organiza próximo festival
A Província de Maputo recebeu durante o encerramento do 10º festival a missão de organizar em 2020, dentro de dois anos, o 11º festival. A notícia foi recebida com muita alegria por parte dos delegados maputenses. O Governador Raimundo Diomba disse aos jornalistas que a sua província vai fazer de tudo para que o próximo festival seja o melhor. E que a partir de agora vai se empenhar em criar todas as condições logísticas e técnicas para que em 2020 esteja tudo a contento para que o 11º decorra sem sobressaltos.
O Ministro da Cultura e Turismo, Silva Dunduro, disse que o festival de Niassa serviu para transmitir o legado da cultura moçambicana às gerações mais novas e foi provado que a cultura não pode ser parada por qualquer tipo de crise, muito menos a financeira.
O Ministro da Cultura e Turismo da Guiné Equatorial, Rufino Don Sumotsama, diz ter ficado bastante orgulhoso com o que viu em Niassa daí que não tem dúvidas de que o Festival Nacional de Cultura é o melhor do continente africano, porque nunca antes em mais de 25 anos que é dirigente da área de cultura viu um movimento cultural igual ao que viu naquela província. Já a Secretária do Estado para a Cultura de Angola, Maria Piedade de Jesus, também diz ter ficado encantada, principalmente pelos vários temas abordados em debates que decorreram de forma paralela e que versaram sobre diversos assuntos de interesse da cultura.
As delegações regressam às suas províncias de proveniência a partir desta terça-feira.