A onda de protestos que começou no Haiti há algumas semanas contra a insegurança e o aumento do custo de vida deixou o país “paralisado” e provocou um agravamento da já grave situação humanitária, alertou esta sexta-feira a Organização das Nações Unidas (ONU), citada pelo Observador.
No seu novo relatório, a ONU diz que protestos contra o aumento dos preços e o consequente impacto no custo dos produtos básicos e nos transportes agravaram a situação humanitária no Haiti.
A agitação social foi agravada pela retirada dos subsídios aos combustíveis, decretada pelo primeiro-ministro, Ariel Henry, que assumiu as rédeas do país mais pobre do hemisfério ocidental após o assassinato, em Julho de 2021, do então Presidente, Jovenel Moise.
Os grupos armados expandiram-se “significativamente”, especialmente na região metropolitana de Porto Príncipe, segundo refere um relatório do Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), ontem divulgado.
No documento, as Nações Unidas alertam também para as restrições impostas à mobilidade no país, onde quase cinco milhões de pessoas, ou seja, 43% da população, precisam de ajuda humanitária.
Todo o país continua paralisado por bloqueios e manifestações espontâneas”, refere o OCHA, num texto em que aponta o fecho de empresas e ataques a propriedades públicas e privadas, incluindo o saque de armazéns do Programa Mundial de Alimentos (PAM).