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Profissionais de saúde “abandonam” serviços mínimos

Os profissionais de saúde paralisaram, hoje, todas as actividades nas unidades sanitárias do país. Dizem que não vão mais prestar serviços mínimos até ver resolvidas todas as suas preocupações e que estes serão prestados pelos médicos.

Se por um lado os médicos retomaram, esta quinta-feira, as actividades, os outros profissionais de saúde em greve, entre técnicos, enfermeiros, anestesistas, serventes e motoristas, decidiram paralisar, no mesmo dia, tudo, até os serviços mínimos.

“Os profissionais de saúde irão, a partir deste momento, ficar em casa, excluindo os médicos. A classe médica vai prestar os serviços dos motoristas, dos maqueiros, dos agentes de serviço e dos trabalhadores das morgues. Os serviços mínimos e os demais serão prestados na totalidade pelos médicos”, disse Anselmo Muchave, presidente da Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM).

A agremiação explicou ainda que a troca da equipa de negociação não é fundamento suficiente para suspender a greve, e o que quer mesmo é ver todas as suas preocupações resolvidas, alegando que “acordos são acordos e estes devem ser cumpridos”.

Sem avançar quais, o presidente da Associação dos Profissionais de Saúde disse haver avanços nas negociações, entretanto “só voltamos quando tudo estiver conforme o acordado. Não queremos correr o risco de pedir mais um período, por isso achamos melhor aguardar a resposta em casa”.

Entre as queixas dos profissionais de saúde estão os problemas de enquadramento na Tabela Salarial Única, a falta de medicamentos e as condições precárias nas unidades sanitárias.

Com a suspensão da prestação de todos os serviços pelos profissionais de saúde, os hospitais prevêem que haja sobrecarga.

“Haverá sobrecarga de serviços para os médicos e isso vai prejudicar a qualidade assistencial, por isso apelamos aos profissionais de saúde para que voltem ao trabalho e continuem as negociações estando nos seus postos”, explicou Vanda Zitha, médico-chefe da Cidade de Maputo.

A greve dos profissionais de saúde que envolve mais de 60 mil profissionais de todo o país arrancou no último domingo, com previsão de 21 dias prorrogáveis.

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