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Professores paralisam actividades em quatro províncias

Os professores tinham dado ao Governo até segunda-feira para lhes dar explicações sobre as alegadas irregularidades na Tabela Salarial Única. Findo o prazo e sem resposta às suas inquietações, decidiram agora atirar o giz ao chão.

A paralisação foi feita por alguns professores do ensino secundário em determinadas escolas das províncias de Maputo, Gaza e Manica, como a Escola Secundária de Jangamo, em Inhambane, e na Escola Secundária de Chidenguele, em Gaza.

A atitude foi massificada através de vídeos curtos. Nas exibições, os profissionais aos cânticos gritavam em uníssono a seguinte mensagem “Beber água e não atrapalhe o Governo”, em alusão ao discurso do Presidente da República, Filipe Nyusi na última segunda-feira quando reagia em torno das inquietações dos funcionários públicos sobre alegadas irregularidades na Tabela Salarial Única.

Repetindo a frase, alguns professores marchavam nos pátios das respectivas escolas onde leccionam, carregando garrafas de água, outros apenas se aglomeravam para exigir reposição de subsídios, reduções de salários e outras irregularidades no documento recentemente aprovado.

Reagindo às manifestações, o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH) disse reconhecer as reclamações. Por entender que o assunto não deve ser tratado em sectores ou agrupamentos informais, o MINEDH diz estar a tentar resolvê-las junto da Organização Nacional dos Professores (ONP).

“Há uma comissão especializada do Governo, que está a receber e está a tratar o assunto das reclamações. É verdade que para o caso dos professores, o canal é o Ministério da Educação. Nós, como MINEDH, temos estado a tratar este assunto com a ONP. Poderá ser difícil resolver o problema dos professores, se cada grupinho tentar criar uma identidade”, disse Feliciano Mahalambe.

Mahalambe explicou ainda que o teor do diálogo entre o Governo e a ONP não visa resolver as inquietações, mas canalizá-las ao órgão competente. “O Ministério da Educação não tem um diálogo com a ONP sobre aas reclamações, mas para indicar o centro da solução de cada assunto”, explicou.

Contudo, o porta-voz do MINEDH garante que as conversações com a ONP decorrem de forma saudável e assegura que as paralisações não afectaram os exames finais que decorrem a nível do ensino primário no país.

“Temos indicação da participação plena dos professores para vigiar os exames, que são do ensino primário. Mas temos professores do outro nível, do ensino secundário, que deviam estar a preparar os exames do dia 28 de Novembro.”

Por sua vez, a ONP, contactada pelo “O País”, prometeu pronunciar-se ainda esta semana. O “O País” sabe que, depois dos vídeos sobre a greve dos professores terem sido postos a circular nas redes sociais da internet, a organização esteve reunida, esta terça-feira, em Maputo.

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