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Professores em Manica criam material didáctico para fazer face à falta de meios

Foto: Notícias ao Minuto

Na província de Manica, os professores estão a criar o seu próprio material didáctico, devido à falta de recursos para as suas aulas. Para o efeito, os docentes recorrem a bidões plásticos, caixas de papel, através dos quais fazem números, quadros, entre outros.

Em declarações à Lusa, citada pelo Notícias ao Minuto, Américo Semente, professor na Escola Primária de Messica-sede, diz que estes recursos têm ajudado bastante as crianças e está a facilitar a aprendizagem.

Segundo explica o professor, para melhor ministrar as aulas, são construídos puzzles com letras, constroem-se máquinas de adição e multiplicação para as classes iniciais, o que tem acrescido o número de alunos que sabem ler, escrever e contar.

A criatividade de Américo Semente não ficou despercebida, facto que levou os outros professores a enveredarem pelo mesmo caminho e criar os seus próprios materiais didácticos com recurso a papelão, bidões e sacos de ráfia, oferecidos pela comunidade, em substituição do material didáctico tradicional, que além de ser caro, é de pouca duração.

“Eu faço uma sopa de letras e junto sílabas e números ‘numa árvore falante, fazendo com que a criança’ aprenda ‘em vez de apenas memorizar’ uma letra ou um número”, diz Celestina Daniel, professora, citada pela Lusa, acrescentando que “dentro desta sopa de letras, nós encontramos letras de máquina, que facilitam a leitura e letras cursivas, que ajudam na escrita”.

Devido à paralisação das aulas no âmbito do Estado de Emergência e da Situação de Calamidade Pública, originados pelo aumento dos casos da COVID-19 no país, alguns professores se transformaram em docentes “ambulantes”, dando aulas ao domicílio.

De acordo com a directora da Escola Primária de Messica, Teresa Faife, graças aos esforços dos professores em produzir o seu material didáctico, as aulas são menos afectadas pelo défice orçamental nefasto no sector público.

A responsável revelou que, com a estratégia implementada pelos professores, o número de alunos que passou a chegar ao fim do ensino primário com domínio completo da leitura e da escrita disparou de 20% para 75% numa escola com 8.083 alunos.

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