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Produção de energia eléctrica deverá cair 12% este ano

A produção de energia eléctrica no país vai reduzir 12% este ano, relativamente a 2022, em que as previsões indicavam uma queda de 1%. O Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) 2023 sustenta que a queda é influenciada pela possível redução na produção da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB).

O Relatório do Ministério da Economia e Finanças sobre o Plano Económico e Social e Orçamento do Estado (PESOE) referente a este ano, aprovado em Dezembro de 2022 pelo Parlamento, prevê baixas para o sector das energias.

O documento revela que a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) poderá registar redução na produção e, consequentemente, influenciar pela negativa a conjuntura de produção e exportação de energia eléctrica no país, se comparado com o exercício económico anterior.

Os números deverão baixar de 18,493 634 de 2022, megawatts (MWh) para 16,326, 789 megawatts (MWh) este ano.

“Em 2023, a produção de energia eléctrica irá registar um decréscimo de 12% comparativamente às previsões de 2022, influenciada pela previsão em baixa da produção da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), que terá um peso de 77% na estrutura de produção e exportação”, refere o documento.

E mais, para além de redução na produção, que ronda os 17% ao nível interno, a empresa moçambicana equaciona uma baixa na venda de energia por um período de dois meses, devido a uma reestruturação a nível interno.

“A HCB prevê uma redução na produção e venda de energia nos meses de Abril e Maio, decorrente da necessidade de intervenção no canal de restituição, que é partilhado pelos grupos geradores 1, 2 e 3, actividade fundamental para garantir a exploração destes grupos geradores em segurança, para além de estar inserida no âmbito do projecto ReadSul II, que visa a reabilitação e modernização dos equipamentos para maximização da capacidade instalada.”

Entretanto, antevê um aumento nas centrais hídricas da empresa pública de produção, transporte, distribuição e comercialização de energia eléctrica do país, a Electricidade Moçambique (EDM), quando comparado com as previsões de 2022.

“As centrais hídricas da Electricidade de Moçambique (EDM) prevêem um crescimento de 18% comparativamente às projecções para 2022, influenciado pelo aumento substancial na produção das centrais hídricas (Corumana, Mavúzi e Chicamba) devido à reabilitação da barragem de Moamba-Major, que incrementou a disponibilidade de água à barragem de Corumana, aumentando a geração de energia eléctrica.”

Com a referida produção, a EDM perspectiva aumentar as exportações de energia eléctrica para os países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), devido à crise de energia que tende a assolar cada vez mais os países da região, e que, actualmente, representam 22% das receitas anuais da empresa estatal moçambicanos.

A previsão do PESOE apontava para um decréscimo de 1% na produção de energia eléctrica e 13% nas exportações do recurso, em relação às projecções de 2021, respectivamente devido à diminuição da energia produzida na HCB, que teve um peso de mais de 80% nas estruturas de produção e exportações.

O relatório previa um aumento de 57% na produção da mini-hídrica de Majua, a mesma medida que se encontrava em processo de expansão para os consumidores dos quatro povoados abrangidos na mini-hídrica. Em contrapartida, houve evolução na produção da mini-hídrica Sembeziana, pois a quantidade que ela produzia estava ao mesmo nível de consumo.

A geração de electricidade a partir das centrais térmicas apresentou um aumento percentual de 3%, representando o maior desempenho da central a diesel, seguido pela central térmica a gás de Maputo com 101% e 8% respectivamente, tendo o menor grau percentual na geração de electricidade a partir de gás natural.

Para o exercício de 2022, esperava-se um crescimento na geração de energia a partir da fonte solar de 135% em virtude da evolução do desempenho global em relação a projecção do ano de 2021.

Recorde-se que apenas 39% da população moçambicana tem acesso à energia eléctrica, correspondente apenas a 12 milhões de moçambicanos. Ou seja, ainda há muito trabalho por se realizar. Os dados foram avançados pelo presidente do Conselho de Administração da Electricidade de Moçambique (PCA da EDM), Marcelino Gildo Alberto, durante a cerimónia do lançamento das festividades dos 45 anos da EDM.

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